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Ao julgar, só recentemente, as prestações de contas de partidos políticos referentes ao ano de 2017, o Tribunal Superior Eleitoral apontou um rosário de irregularidades envolvendo todas as legendas.
Algumas contas foram reprovadas e outras, aprovadas com restrições — foi o caso do PT, o partido que agora está no governo.
O tribunal entendeu que a direção petista usou indevidamente R$ 849 mil do fundo partidário — dinheiro público, saído do bolso do contribuinte — com pagamentos a escritórios contratados para defender o partido e alguns de seus filiados em casos de improbidade administrativa e corrupção.
Os auditores entenderam que as contratações não têm relação com a atividade partidária e que, por isso, o PT não poderia ter utilizado recursos do fundo.
A maior parte do valor foi usada para pagar, em parcelas mensais, os serviços de um escritório com sede em São Paulo que, entre outros processos, defendeu o próprio partido e o ex-ministro Gilberto Carvalho de uma acusação de corrupção na prefeitura de Santo André durante a gestão de Celso Daniel, morto em 2002.
Ex-chefe de gabinete de Lula e ex-ministro de Dilma Rousseff, Gilberto Carvalho fora secretário da prefeitura.
No processo em questão, o PT foi condenado em 2016 a devolver R$ 3,5 milhões aos cofres públicos por participação em um suposto esquema de corrupção no sistema de transporte público no município. Já Carvalho foi condenado à perda de função pública e teve seus direitos políticos suspensos. O caso ainda corre no Tribunal de Justiça de São Paulo.
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