Reprodução/Arquivo pessoal
Stefani Firmo, 24 anos, estava dormindo quando teve o rosto cortado em um ônibus em novembro de 2022. Ela recebeu 18 pontos na ferida
A estudante de enfermagem Stefani Firmo, 24 anos, ainda busca se recuperar do trauma vivido no ano passado, quando teve o rosto cortado enquanto dormia, durante uma viagem de ônibus de Recife (PE) para Salvador (BA). Ela recebeu 18 pontos no local da ferida.
Em 29 de novembro de 2022, Stefani foi agredida quando o coletivo passava pelo município de Conde, no litoral norte da Bahia. Imagens de câmeras de segurança do ônibus mostraram o momento em que uma passageira se levanta e se aproxima da vítima, que depois sai pedindo por socorro.
Após o ataque, a polícia apreendeu uma faca que estava com uma passageira sentada na frente da vítima. O objeto foi enviado para a perícia, a suspeita foi identificada e responde em liberdade por lesão leve. “Estou tendo uma ótima cicatrização graças aos cuidados que tenho. Hoje está bem mais tranquilo. No início do ano, eu não conseguia nem me olhar no espelho”, afirmou ao G1.
Após o ataque, a polícia apreendeu uma faca que estava com uma passageira sentada na frente da vítima. O objeto foi enviado para a perícia, a passageira foi identificada e responde em liberdade por lesão leve.
Para o G1, a Polícia Civil informou que um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi encaminhado para o Juizado Especial Criminal (Jecrim) pela Delegacia do Turista (Deltur) do município. A polícia afirmou ainda que os laudos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) concluíram a lesão leve.
No entanto, de acordo com a defesa da estudante, exames complementares fizeram com que um médico alterasse a tipificação da lesão para grave. Agora, os advogados da vítima aguardam o Ministério Público da Bahia (MP-BA) alterar o status da agressão e seguir com o processo. “Eu temia que ela respondesse em liberdade se a lesão fosse considerada leve”, disse Stefani.
Até o momento, a estudante baiana não teve contato com a suspeita do crime. Ela também não sabia que a mulher tinha assinado um Termo Circunstanciado de Ocorrência. “Eu não tenho nenhuma informação sobre ela, se já encontraram e buscaram para depor novamente. Não tenho notícia”, contou.
Conforme a estudante, a sensação que ela tem é de impotência, já que nada foi feito com a pessoa que a agrediu. “Depois de seis meses, eu acredito que o mínimo que deveria ser feito era essa mulher estar presa, já que tem tudo que prova que foi ela”, disse.
Foto: Arquivo Pessoal
AUTOESTIMA
Ao G1, Stefani Firmo afirmou que tem tido uma boa recuperação, mas que avalia a necessidade de fazer um procedimento estético no rosto.
“Eu estou tendo uma ótima cicatrização graças aos cuidados que tenho. Hoje está bem mais tranquilo. No início do ano, eu não conseguia nem me olhar no espelho”, afirmou.
Em janeiro deste ano, a estudante estava bastante abalada com a situação, porque a marca da cicatriz era mais evidente. “Eu não me reconhecia, não consigo nem explicar como estava”.
A baiana tem aliado os cuidados com a pele com a frequência em consultas com uma psicanalista. “Ela [a profissional] foi um presente que Deus me mandou. A gente se reúne toda semana e agora estou bem melhor”, contou.
A estudante acredita que o processo de recuperação da autoestima é processual e vai levar alguns anos. “Nesse período eu tive oscilações no emocional, não conseguia parar de chorar, era como se eu tivesse perdida. Mexeu muito com minha autoestima, mas com a evolução da cicatrização passei a ficar mais confortável”, revelou.
Bahia Notícias