Uma fragata da Marinha expulsou um navio alemão que “espionava” águas brasileiras, na Elevação do Rio Grande — a cerca de 1,2 mil quilômetros da costa do país. O local é uma área relevante em termos de recursos, como minérios de cobalto, níquel, platina, manganês e terras-raras.
A informação foi confirmada pelo almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, comandante da Marinha do Brasil. Ele disse que o navio não pertence à Marinha da Alemanha, mas, sim, a um instituto de pesquisa.
“Eu fui informado da presença de um navio de pesquisa alemão, num comportamento anômalo dentro daquela capacidade de gerenciamento que nós temos hoje, e esse navio passou a atracar em Montevidéu”, disse durante participação em uma audiência no Senado na quinta-feira 4.
“Eu determinei o suspender de uma fragata para que se dirigisse para a região da Elevação de Rio Grande”, explicou. De acordo com o comandante, o navio alemão saiu de Montevidéu e foi até a área, onde lançou equipamentos de pesquisa no leito e no subsolo marinho. O fato contraria o entendimento da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), que prevê que somente o país costeiro detém o direito de realizar esse tipo de pesquisa em sua plataforma continental.
Navio deixa área depois de determinação da Marinha
Diante disso, a Marinha exerceu a soberania do Estado brasileiro, impedindo a realização de investigações científicas sem a devida autorização do governo federal.
“Então, a fragata entrou em comunicação com o navio e determinou que ele suspendesse a pesquisa”, afirmou o comandante. Ainda conforme Olsen, o navio alemão cumpriu imediatamente o pedido da Marinha brasileira. “Disse que entraria em contato com o governo, para que se fosse melhor esclarecido o fato.”
Revista Oeste