Foto: Ricardo Stuckert
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não oficializou a indicação do advogado Cristiano Zanin Martins para a vaga de Ricardo Lewandowskino Supremo Tribunal Federal (STF), mas os ministros já têm se movimentado para pavimentar o caminho da provável escolha.
A manobra executada nesta terça-feira por Edson Fachin, que decidiu enviar a reclamação da Vaza-Jato para o colega Dias Toffoli, fazendo uma interpretação distorcida do regimento da corte, foi o último lance de uma sequência que visa diminuir a preocupação da classe política com um possível impedimento de Zanin para julgar os casos da Operação Lava-Jato.
O primeiro veio de Toffoli, que desde a ascensão de Lula na campanha eleitoral vem tentando se reaproximar do petista.
No final de abril, Toffoli decidiu mudar da Primeira Turma do STF para a vaga que Lewandowski deixou aberta na Segunda Turma, colegiado responsável por julgar casos da Lava-Jato.
Com essa movimentação, Toffoli fez com que o advogado pessoal de Lula, caso seja indicado, vá para a Primeira Turma, onde se abriu uma vaga, e não pare no colegiado da Lava-Jato.
Essa migração ajuda Zanin porque um dos principais problemas apontados por seus adversários na briga pela vaga no STF – e também por dezenas de políticos pendurados em ações da Lava-Jato – é que sua atuação a favor de Lula o colocaria automaticamente impedido de julgar seus casos.
Entre os principais processos sob a relatoria de Lewandowski estavam a reclamação da Vaza-Jato, em que o ministro atendeu aos pedidos de Zanin em nome de Lula e anulou o uso dos sistemas de registro de propina da Odebrecht como prova nas ações da Lava Jato.
O Globo