Fotos: Mourão Panda / América (duas primeiras) e Rodney Costa/OTEMPO
Ministério Público de Goiás ofereceu uma nova denúncia contra a quadrilha suspeita de manipular jogos do futebol brasileiro
O volante Richard, do Cruzeiro, o lateral-direito Nino Paraíba e o atacante Dadá Belmonte, ambos do América, tiveram os nomes envolvidos no esquema de manipulação de jogos. A Operação Penalidade Máxima II, do Ministério Público de Goiás, indiciou no último mês, vários jogadores suspeitos de manipulação de resultados. Os atletas citados não defendiam os clubes mineiros na época dos jogos investigados. Richard e Nino Paraíba estavam no Ceará, enquanto Dadá Belmonte era jogador do Goiás.
A ação foi deflagrada por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI). O MP de Goiás ofereceu uma nova denúncia contra a quadrilha que manipulava os jogos a fim de obter ganhos financeiros em sites de apostas esportivas. Dessa vez, 17 pessoas estão na mira dos promotores, sendo que, entre eles, os três deles que atuam em Minas Gerais, citados acima.
A reportagem de O Tempo Sports entrou em contato com a assessoria dos clubes e não obteve resposta a respeito da situação até a publicação desta matéria. O Ministério Público de Goiás informou à reportagem que “não existe novidade que possa ser divulgada no momento”, além do que já foi divulgado, em um primeiro momento, pela revista Veja, que foi o primeiro veículo a informar nomes de jogadores envolvidos.
As investigações indicam a manipulação de resultados em seis partidas do Campeonato Brasileiro da Série A de 2022. Santos x Avaí (5/11), quando um jogador do Santos foi assediado para tomar um cartão amarelo; Red Bull Bragantino x América (5/11), quando atleta do Bragantino foi abordado para tomar um cartão amarelo, além de Goiás x Juventude (5/11), quando dois jogadores do Juventude foram assediados para tomar cartões amarelos, Cuiabá x Palmeiras (5/11), quando um jogador do Cuiabá foi assediado para tomar cartão amarelo, Santos x Botafogo (10/11), quando um atleta do Santos foi assediado para tomar cartão vermelho e Juventude x Palmeiras (10/9), quando um jogador do Juventude foi assediado para tomar cartão amarelo.
Além dos jogos do Brasileirão, partidas de campeonatos estaduais de 2023 também fazem parte da operação. Pelo Campeonato Goiano, Goiás x Goiânia (12/2), o pedido era derrota do Goiânia no primeiro tempo. Pelo Campeonato Gaúcho, Caxias x São Luiz de Ijuí (12/2), um jogador do São Luiz deveria cometer pênalti; e Esportivo de Bento Gonçalves x Novo Hamburgo (11/2), para um jogador do Novo Hamburgo cometer pênalti. No Campeonato Matogrossense, em Luverdense x Operário de Várzea Grande (11/2), suspeita de manipulação de escanteios e, no Campeonato Paulista, em Guarani x Portuguesa (8/2), suspeita de cartão amarelo.
Além desses jogos, uma partida da Série B de 2022 também continua sendo investigada. Houve casos em que um mesmo jogo era alvo do grupo criminoso mais de uma vez. Os atletas envolvidos receberiam entre R$ 70 mil e R$ 100 mil por pênaltis cometidos, escanteios e cartões amarelos e vermelhos nas partidas.
Sobre a possibilidade de novas etapas da operação, o coordenador do Gaeco, promotor Rodney da Silva afirmou, em publicação do Ministério Público, que “talvez não haja mais nenhuma, talvez haja mais dez”, a depender dos fatos novos que forem apurados.