Ari Ferreira/Red Bull Bragantino
Zagueiro Kevin Lomónaco forçou um cartão amarelo contra o América-MG, no Brasileirão do ano passado, em troca de vantagem financeira
O zagueiro Kevin Lomónaco, do Red Bull Bragantino, é um dos investigados pelo Ministério Público de Goiás na Operação Penalidade Máxima II. O defensor foi pago pelos criminosos para tomar um cartão amarelo no jogo contra o América-MG, pelo Brasileirão do ano passado. Contudo, o argentino não sabia que o movimento era ilegal e chegou a perguntar ao apostador se “não acontecia nada”.
Durante a troca de mensagem entre os dois, o apostador aparece explicando para Lomónaco como funcionava a operação.
“Irmão não sei se você entendeu. A gente paga pra você 70 mil reais pra tomar cartão amarelo no primeiro tempo”, mandou o apostador Luis Felipe Rodrigues de Castro em áudio, que completou: “Isso irmão, isso, a gente faz com vários jogadores da série A, entendeu? A gente faz com vários jogadores da série A, entendeu? A gente paga pra eles pra vocês tomá (sic) cartão amarelo, só isso”
Na continuação, Lomónaco parece ter entendido como funcionava o esquema, mas perguntou ao apostador se o movimento era legal e se poderia acontecer alguma coisa como ele após tomar o cartão amarelo.
Para persuadir o defensor, Luis Felipe Rodrigues de Castro garantiu que não iria acontecer nada, mas para isso Lomónaco precisava fazer tudo “direitinho”.
“Não irmão!! Mas você só precisa fazer o certo. Você precisa levar o cartão amarelo. Entendeu? Não pode ter erro tem que ser seguro”, finalizou o apostador.
Mensagens entre o apostador e Kevin Lomonaco, do Bragantino — Foto: Reprodução
Os dois combinaram pagamento antecipado de R$ 30 mil, que foi depositado na conta bancária de Kevin antes da partida. Na ocasião, o zagueiro foi punido com o cartão amarelo aos 23 minutos do primeiro tempo. O jogador do Bragantino, no entanto, não recebeu o restante do pagamento já que o atleta do Santos, Eduardo Bauermann, não cumpriu a parte dele em outro jogo.
Ao MPGO, o zagueiro admitiu que recebeu vantagem indevida e fez acordo com o Ministério Público de não persecução penal, cujo termos estão sob sigilo, para não ser processado. Por isso, ele não foi denunciado inicialmente pelo órgão.
O Globo