Foto: reprodução/Rede BCN.
Usado para o tratamento da diabetes do tipo 2, o Ozempic virou uma febre entre as pessoas que desejam perder peso rápido. Produzido pela farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, o medicamento é uma semaglutina, um análogo do GLP-1, hormônio que regula a glicemia e as respostas de saciedade.
“Ele melhora o perfil glicêmico, quebra a resistência insulínica e, ao mesmo tempo, altera positivamente todo o perfil metabólico da glicose em pacientes diabéticos. Como é análogo do GLP-1, ajuda a emagrecer, pois pacientes que têm essa diabetes, geralmente, tem sobrepeso ou obesidade”, explica o endocrinologista Luciano Negreiros.
Por ser um medicamento de fácil acesso, já que é possível comprá-lo sem a necessidade de uma receita médica, muitas pessoas passaram a usá-lo de maneira off label — quando a recomendação está fora da bula.
O uso excessivo para o emagrecimento estético tornou-se um modismo, segundo Luciano, o que pode prejudicar quem realmente precisa do fármaco. Os pacientes inscritos no programa NovoDia, que acompanha os usuários de Ozempic, foram alertados pela fabricante com uma mensagem de texto sobre a possível falta da medicação.
“A dose de 1mg está esgotada nas farmácias, porque todo mundo começou a usar por conta própria. Não é ruim usar o remédio, mas é ruim usá-lo sem acompanhamento médico”, avalia o expert de celebridades, como as atrizes Adriana Garambone e Carla Diaz.
Efeitos
De acordo com o expert, não é possível diferenciar quem tomar ou não o Ozempic, até por meio de exames clínicos. Aqueles que fazem a aplicação de forma adequada terão efeitos na glicemia e na saciedade. “Ele vai melhorando os níveis de glicose, glicohemoglobina e níveis de insulina, além da perda de peso de maneira consistente”, diz o endocrinologista.
Por outro lado, quem faz o uso sem acompanhamento médico pode apresentar algumas intercorrências.
“Dependendo da dose que ele usa — e, muitas vezes, não sabe a dose específica — pode ter náuseas, vômitos, indisposição, cansaço, plenitude pós-prandial, constipação e diarreias”, alerta.
E acrescenta: “Com a orientação de um especialista, é possível monitorar, pois quando o indivíduo apresenta algum efeito, ele acaba parando a medicação, que é supereficaz, e não vai saber a melhor forma de manejar os sintomas. Além disso, ao monitorá-los com exames de sangue, veremos qual a melhor dosagem, pois caso faça uma aplicação errada também não surtirá efeito”, explica Luciano, que também é especialista em nutrição e emagrecimento.
Por que o Ozempic emagrece?
Segundo Negreiros, o medicamento tem uma ação dupla que age no hipotálamo, na parte da fome e da saciedade. “Ele diminui a fome do indivíduo e ao mesmo tempo fica saciado com uma quantidade menor de comida”, esclarece.
O fármaco é uma caneta, de aplicação semanal na pele, disponível em três doses: 0,25 mg, 0,50 mg e 1 mg. Os valores variam entre R$ 800 a R$ 1.200.
Mesmo que apresente resultados positivos relacionados ao emagrecimento, é importante que, o indivíduo que não tem diabetes tipo 2 e deseja aplicá-lo, procure um médico.
O profissional alerta que, assim como em outras doenças, a eficácia do Ozempic depende de uma mudança de comportamento, caso contrário, ao parar a medicação, o indivíduo pode voltar a ganhar peso.
“É necessário trabalhar o psicológico, caso contrário, ocorre o efeito sanfona. Caso não haja uma mudança cognitiva comportamental, dieta e atividade física, vai voltar a engordar e piorar todos os níveis glicêmicos”, exclama.
Créditos: Metrópoles.