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Justiça de São Paulo determina, na próxima semana, se a mãe dos filhos do apresentador mantinha união estável com ele; entenda
Na próxima semana, será aberto — e concluído — um importante capítulo da longa e arrastada disputa familiar pela herança de R$ 1 bilhão deixada pelo apresentador Gugu Liberato, que morreu, aos 60 anos, em 2019, após sofrer um acidente doméstico em casa, em Orlando, nos Estados Unidos. Entre segunda (22) e quarta-feira (24), a Justiça de São Paulo determinará, enfim, se Rose Miriam Souza di Matteo mantinha, com o comunicador, uma relação possível de ser configurada como união estável.
Mãe dos três filhos de Gugu Liberato — as gêmeas Marina e Sofia, de 19 anos, e o jovem João Augusto, de 21 —, Rose Miriam não tem seu nome mencionado no testamento deixado pelo apresentador. No documento, elaborado em 2011, o comunicador destinou o patrimônio avaliado em R$ 1 bilhão da seguinte maneira:
- 75% do valor (algo equivalente a R$ 750 milhões) devem ser repartidos igualmente entre João Augusto, Sofia e Marina, seus filhos;
- 25% do valor (algo equivalente a R$ 250 milhões) devem ser reservados para os cinco sobrinhos do apresentador.
Gugu Liberato e família: da esquerda para a direita, João Augusto, Miriam, Sofia, o apresentador e Marina — Foto: Reprodução
No mesmo dia em que assinou (e, portanto, ratificou) o documento — poucas horas após o enterro do apresentador —, Rose Miriamacionou o advogado Nelson Willians, dono do maior escritório de advocacia da América Latina, para contestar a maneira como a herança seria partilhada. A intenção era comprovar diante da Justiça que ela mantinha uma união estável com Gugu e pleitear, assim, ao menos 50% do valor total da fortuna. A outra metade seria destinada aos três filhos.
Desde então, iniciou-se uma guerra particular entre a família. Advogados que representam os bens de Gugu Liberato rebatem Rose Miriam e alegam que o comunicador deixou para ela, em vida, uma mansão em Alphaville, em São Paulo — avaliada em R$ 6 milhões —, além de US$ 500 mil oriundos de investimentos. Rose, no entanto, bate o pé e se dedica a um incansável périplo judicial para que ela seja uma das inventariantes do testamento, sob a justificativa de que passou duas décadas vivendo ao lado do apresentador.
Em meio ao conflito, os filhos se dividiram. De um lado, as gêmeas Marina e Sofia — que foram emancipadas para que pudessem tomar decisões judiciais por si mesmas — apoiam a mãe. As duas, aliás, já estão no Brasil para prestar depoimento, na próxima semana, a favor do reconhecimento da união estável dos pais. De outro lado, o primogênito João Augusto afirma que as irmãs estão sendo “manipuladas” como parte de uma “aventura fantasiosa” movida pela própria mãe. O rapaz defende a tia Aparecida Liberato, a quem Gugu determinou a função de inventariante de seus bens.
A decisão da Justiça de São Paulo, na próxima quarta-feira (24), definirá, enfim, o rumo do patrimônio deixado pelo apresentador. “Todos os elementos comprovam que Rose e Gugu mantinham uma relação pública, notória, duradoura, contínua e com objetivo de constituir família”, argumenta o advogado Nelson Willians, defensor de Rose Miriam. João Augusto reforça a opinião da tia e insiste que a divisão de bens determinada pelo pai é “incontestável”, pois representa um desejo do próprio. E mais: o jovem lamenta, em meio à celeuma, que tenha que se defender “dos desacertos causados infelizmente pela minha mãe e sua família”, como sublinha.
Em entrevista ao “Fantástico”, veiculada em fevereiro de 2020, a mãe de Gugu, dona Maria do Céu, de 90 anos, incrementou a discussão ao dizer que seu filho e Rose Miriam “nunca tiveram nada”. Carlos Regina e Dilermando Cigagna, advogados da família Liberato, validam a declaração de Maria do Céu e afirmam que não havia união estável entre Rose e Gugu.
Na mesma reportagem, Nelson Wilians, advogado de Rose, rebateu a colocação e reforçou que sua cliente era “a mulher, a esposa, a companheira” de Gugu — e que somente após a morte do apresentador teria surgido “essa história de que ela era uma amiga”.
O Globo