Foto: David Gittenfelder/AP/VEJA.
Uma família norte-coreana, que incluía uma criança de dois anos, foi condenada a prisão perpétua num campo de prisioneiros em 2009 por ser cristã, revelou o mais recente relatório sobre liberdade religiosa do Departamento de Estado norte-americano.
O documento, que cita um relatório de 2021 a Korea Future, uma organização não-governamental que investiga e documenta as violações dos direitos humanos na Coreia do Norte, dá conta de diferentes abusos cometidos contra norte-coreanos por professarem as mais diferentes religiões e credos. A Coreia do Norte é um estado ateu e, como tal, a prática religiosa é amplamente desencorajada.
O relatório do Korea Future tem por base entrevistas com 244 vítimas de perseguição religiosa com idades compreendidas entre os dois e 80 anos, a maioria dos quais aderentes do xamanismo (150) e do cristianismo (91). A maior parte dos entrevistados eram mulheres (mais de 70%), acusadas de diferentes práticas religiosas na Coreia do Norte e na China ou de possuírem objetos religiosos, entre outros crimes.
Uma vítima condenada a cumprir pena num campo de prisioneiros descreveu que tinha de trabalhar sem ser adequadamente alimentada. “Sofri de má nutrição e não tinha a certeza de que sobreviveria”, contou, confessando que chegou a pesar “apenas 35 quilos” e que “parecia um esqueleto”.
O documento relata ainda o caso de uma família cristã, condenada em 2009 a prisão perpétua pelas suas práticas religiosas e por possuir uma Bíblia. Todo o agregado familiar foi levado para um campo de prisioneiros, incluindo uma criança de dois anos.
Créditos: Observador.