Presidente Lula e picanhas | Foto: Montagem Revista Oeste/Ricardo Stuckert/PR/Shutterstock.
O churrasco promovido pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ministros de seu governo, do Supremo Tribunal Federal (STF) e líderes governistas no Palácio da Alvorada, na noite dessa sexta-feira (26), foi tratado com ironia pelo deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), como o cumprimento da promessa de campanha do petista de garantir picanha e cerveja aos brasileiros. No caso, o ex-ministro do Meio Ambiente do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ressalta: “Picanha com dinheiro público, por enquanto, só para ministros”.
Alvo de acusações de petistas de que teria desmantelado políticas de sustentabilidade ambiental e de proteção a indígenas, quando ministro do Meio Ambiente, Salles ainda desdenhou de sua sucessora na pasta, Marina Silva, e de Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas. Ambas foram atingidas por mudanças administrativas aprovadas no Congresso Nacional que esvaziaram seus poderes nas políticas destes setores. E, segundo o deputado, estariam no cardápio da confraternização.
“Além da picanha, tinha espeto corrido de Marina e Guajajara…”, zombou Ricardo Salles, citando a semana de derrotas de Lula, após sua pauta ambiental ser desfigurada por parlamentares, com mudanças nas medidas provisórias que reestruturam a Esplanada dos Ministérios, minimizaram a proteção da Mata Atlântica e ainda aprovaram urgência para tramitação da proposta que estabelece 1988 como marco temporal de demarcação de terras indígenas.
A confraternização com churrasco na residência oficial de Lula uniu auxiliares de seu governo aos ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, e o ministro aposentado Ricardo Lewandowski, segundo apurou o jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles.
O banquete também foi servido aos ministros Rui Costa, da Casa Civil; Alexandre Padilha, das Relações Institucionais; de Paulo Pimenta, da Comunicação Social; Flávio Dino, da Justiça; Alexandre Silveira, de Minas e Energia; Luiz Marinho, do Trabalho; Margareth Menezes, da Cultura; Anielle Franco, da Igualdade Racial; e Carlos Fávaro, da Agricultura. E ainda contou com a presença de líderes do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE).
O dia da celebração do governo petista, aparentemente sem sentido, iniciou com reunião ministerial de Lula com a presença de Marina e Guajajara, para conter a crise causada pelo revés que inclui a transferência da competência de reconhecer e demarcar terras indígenas do Ministério dos Povos Indígenas para o Ministério da Justiça, bem como da atribuição de tratar sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que passou do Ministério do Meio Ambiente para o Ministério da Gestão e Inovação. Mudanças estas relatadas pelo deputado governista e aliado do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL).
As informações são do Diário do Poder.