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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem deixado em segundo plano conversas com lideranças partidárias e personagens do mundo empresarial, setores com os quais mantinha contatos permanentes durante seus outros dois mandatos. Para antigos aliados, na prática, o petista está mais distante da política, e isso se reflete nas dificuldades que o governo está encontrando para arregimentar uma base sólida no Congresso Nacional.
Em um comportamento já visto durante a campanha eleitoral do ano passado, Lula, de acordo com auxiliares, tem escutado menos e adotado uma postura de maior isolamento, na comparação com suas outras passagens pelo Palácio do Planalto. No núcleo duro do governo, hoje, não há ministros ou auxiliares com liberdade para criticar o presidente, papel que nos primeiros mandatos era exercido por figuras como os ex-ministros José Dirceu, Antonio Palocci, Luiz Gushiken e Luiz Dulci e pelo ex-chefe de gabinete Gilberto Carvalho — contemporâneos do petista e cujas trajetórias se confundem com a de Lula.
Nas palavras de um parlamentar que tem relações com o atual presidente há mais de duas décadas, o “Lula 1 e 2, da conversa, simpático, que abraçava, desapareceu”. Antes, mesmo fora do Planalto, o petista nunca deixou a articulação política de lado. Ele foi a campo, por exemplo, para tentar evitar o impeachment da então presidente Dilma Rousseff, em 2016.
O Globo