Foto: Adriano Machado/Crusoé
Ministro, que autorizou operação contra ex-presidente, discordou da tese apresentada pela vice-PGR Lindôra Araújo de que tudo seria obra de Mauro Cid
Nas considerações finais em que autoriza a “Operação Venire” contra Jair Bolsonaro e outros nomes por adulteração no cartão de vacinação,Alexandre de Moraes diz que não considera possível que Jair Bolsonaro não soubesse da fraude envolvendo seu nome.
A tese foi levantada pela vice-procuradora-geral da República,Lindôra Araújo, ao se manifestar sobre o caso. Para ela, apenas o tenente-coronel Mauro Cid teria “arquitetado e capitaneado toda a ação.”
“No atual estágio da investigação criminal, entretanto, não se demonstra crível a afirmação da Procuradoria-Geral da República de que ‘Mauro Cesar Barbosa Cid teria arquitetado e capitaneado toda a ação criminosa, à revelia, sem o conhecimento e sem a anuência do ex-Presidente da República Jair Messias Bolsonaro’”, escreveu Moraes.
“Não há qualquer indicação nos autos que conceda credibilidade à versão de que o ajudante de ordens do ex-Presidente da República Jair Messias Bolsonaro pudesse ter comandado relevante operação criminosa”, continua, “sem, no mínimo, conhecimento e aquiescência daquele, circunstância que somente poderá ser apurada mediante a realização da medida de busca e apreensão requerida pela autoridade policial.”
É mais uma das bicadas entre Moraes e Lindôra Araújo, que demonstraram visões antagônicas em muitos casos envolvendo o ex-presidente no ano passado.
O Antagonista