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O caso da decisão judicial contra o humorista brasileiro Leo Lins repercutiu na imprensa internacional. Colunista da publicação portuguesa Jornal de Notícias, Cátia Domingues questionou se decisões contra comediantes devem ser consideradas normais em países democráticos.
“É realmente grave e preocupante sabermos que há um tribunal a proibir piadas e que não é no Afeganistão”, escreveu a colunista do jornal português, ao mencionar o país asiático, que é comandado pelo grupo terrorista Talibã. “Mas no país do MC Taliban, autor do hit ‘Cachaça, pinga e put*’”, continuou Cátia, que é humorista, ao citar o que é considerado cultura no Brasil — como o funk que faz alusão ao consumo de bebidas alcoólicas e atos de libertinagem sexual.
No texto, publicado no último fim de semana, a articulista portuguesa lamenta o fato de a Justiça brasileira ter determinado que o YouTube excluísse da rede o vídeo divulgado por Lins e que mostrava a íntegra de um de seus shows, além de proibir futuras divulgações de material considerado “depreciativo ou humilhante para qualquer categoria considerada minoria ou vulnerável”.
“No caso do humorista brasileiro Leo Lins, foram proibidos conteúdos em razão da ‘raça, cor, etnia, religião, cultura, origem, procedência nacional ou regional, orientação sexual ou de género, condição de pessoa com deficiência ou idosa, crianças, adolescentes e mulheres’”, escreveu Cátia. “Pronto, mas nem tudo é mau. Ainda podemos fazer piadas sobre eletrodomésticos, mas eu pessoalmente não arrisco, porque o meu aspirador é da Xiaomi”, ironizou a colunista do Jornal de Notícias.
Revista Oeste