Conversas íntimas entre o chefe da Secretaria Estadual de Turismo do Acre, José Fernandes Ferreira, e uma suposta estudante circulam nas redes sociais desde a última quinta-feira (20). Os registros vazados mostram que o funcionário do governo supostamente teria aceitado fornecer uma vaga de estágio em troca de sexo. As informações são do g1.
Dudé, como é conhecido, é um dos chefes da Secretaria de Estado de Indústria, da Ciência, do Comércio, do Empreendedorismo e do Turismo (Seicetur) do Acre, tendo sido nomeado para o cargo em fevereiro deste ano, e com salário de cerca de R$ 11 mil. Ele costuma estar envolvido na organização de grandes eventos do governo do Acre, como a Expoacre.
Na troca de mensagens com a mulher, que não foi identificada, ele pede para ver fotos da genitália dela. Em um dos prints, a estudante pede a Dudé que a ajude para que ela seja estagiária na área de turismo, e ele diz que consegue, mas para isso ela precisaria dormir com ele.
Em outro trecho do diálogo, ele diz: “Não sou secretário, tenho que falar com os colegas. Então se acalma, eu vou te ajudar”.
Após o vazamento das conversas, o deputado estadual Emerson Jarude (MDB) pediu a exoneração de Dudé na sessão da quinta-feira (20). O parlamentar apresentou uma indicação para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) encaminhe uma indicação ao Executivo para que Dudé perca o cargo.
“O governador tem a responsabilidade de tomar as medidas cabíveis para punir esse tipo de atitude e dar o exemplo para que isso não volte a acontecer, mas como até agora não vimos nenhuma declaração ou medida nesse sentido, vim pedir que seja encaminhada a indicação para a exoneração do servidor José Fernandes Ferreira Lima do cargo em comissão CAS-8 por conduta incompatível com a moralidade e probidade administrativa, ao valer-se do cargo para exigir proveito pessoal”, disse.
SERVIDOR ALEGA EXTORSÃO
Ao g1, Dudé negou a proposta sexual e disse que foi vítima de extorsão. Ele afirmou que foi vítima de um golpe aplicado por alguma pessoa em Belo Horizonte (MG). O servidor confirma que houve uma troca de mensagens, mas não confirma o teor do que foi dito.
Disse que depois das mensagens recebeu uma ligação ameaçando o vazamento caso ele não pagasse R$ 1 mil, mas que ele se recusou e fez uma transferência de R$70.
“Tem um print vazado aí nas redes e nenhum momento esses prints falam ou comprovam que eu estou oferecendo emprego para alguém. Pelo contrário, quem lê os prints vê que eu estou dizendo que não posso dar porque não sou secretário, que não é assim que se faz. Quem continuar insistindo, quem afirmou isso vai responder na Justiça porque não tem em nenhum momento dizendo que eu fiz isso. Fui vítima de extorsão, de um golpe. Como é que uma pessoa de 47 anos, mora em Belo Horizonte pode estar querendo estágio? Ela me pediu mil reais, eu disse que não poderia dar porque eu não tinha. Eu não nego as conversas, conversei um dia com essa pessoa. É fato. Eu fui vítima de extorsão”, disse ao g1.
Segundo Dudé, essa já é a segunda vez que foi vítima de extorsão e que teve conversas vazadas. A primeira ocorreu em agosto do ano passado, quando registrou um Boletim de Ocorrência contra um perfil que pediu a quantia de R$ 500. Na quarta-feira (19), ele registrou outra queixa na delegacia por difamação.
Diário do Nordeste