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Um relatório da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBR) revela que, em média, 73 mil pacientes com câncer não conseguem fazer tratamento de radioterapia nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) todos os anos.
O documento entregue ao Ministério da Saúde, divulgado pelo jornal Folha de São Paulo neste domingo (9/4), traz dados de 2008 e 2022, quando 1,1 milhão de pessoas não tiveram acesso à radioterapia, um dos principais tratamentos do câncer, ao lado da quimioterapia, cirurgia e sessões de imunoterapia.
Nesses 15 anos, a demanda pelo serviço na rede pública foi estimada em 2,8 milhões de pacientes, mas apenas 1,7 milhão receberam o tratamento. Dentre os entraves para o acesso, os membros da SBR destacam o número insuficiente de aparelhos de radioterapia no sistema público, equipamentos ultrapassados e menos eficazes, além da defasagem na tabela do SUS para o pagamento dos tratamentos.
Em 2012, foi lançado um plano de expansão em radioterapia pelo Ministério da Saúde, mas apenas 58 dos 91 aceleradores lineares propostos no projeto foram instalados.
De acordo com o relatório, 53 estão com licença de operação e cinco aguardam a tramitação de documentos e licença da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Estima-se que, até 2030, o país precise de 230 equipamentos novos para acompanhar a demanda de pacientes com câncer.
O secretário da Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães Júnior, informou à Folha que a atual gestão discute os pontos apresentados no relatório da SBR e analisa os contratos dos 460 prestadores de serviço na área oncológica.
A pasta espera que haja um grande investimento para atualizar os equipamentos de radioterapia. No entanto, não há previsão para revisar os valores da tabela SUS repassados aos tratamentos de cada paciente.
Créditos: Metrópoles.