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Na hora de abastecer o carro ou a moto com gasolina, é natural surgir uma dúvida: comum ou aditivada? Dentro do segundo grupo, há ainda uma terceira opção, disponível recentemente no mercado, que promete durar até 10% a mais e emitir 50% a menos de gases poluentes. Afinal, a promessa é verdadeira ou é só propaganda?
De acordo com o fabricante do produto, disponível em alguns postos do país, um eco-aditivo é capaz de agir nas moléculas de combustível, alinhando-as. O que promove a melhor queima e reduz consideravelmente as sobras. Diferentemente das demais gasolinas, que trabalham para a limpeza dos resíduos que ficam no motor após a queima, essa nanotecnologia teria ação preventiva. Ou seja, não haveria resquícios para serem limpos, pois ela proporciona a utilização total do combustível.
Segundo a marca, essa queima também proporciona benefícios semelhantes ao da gasolina aditivada tradicional, como: melhor funcionamento, catalisador com vida útil estendida, rodagem mais limpa e com redução considerável de poluentes.
Rendimento versus economia
Para entender se os argumentos fazem sentido do ponto de vista técnico, UOL Carros consultou o engenheiro Erwin Franieck, diretor presidente do Instituto SAE4Mobility, dedicado ao desenvolvimento de tecnologia. Ele explica que, utilizando aditivos, é viável melhorar o consumo de combustível em 10%, mas o consumidor também paga a mais por isso.
“Quando escolhe entre o combustível aditivado e o normal há uma diferença de preço que vem justificada pelo aditivo. Uma das suas propriedades é a melhora do poder antidetonante, que é determinado pela octanagem. Hoje em dia, a maioria dos carros brasileiros têm motores flex, que se dão melhor com combustível de octanagem mais alta. Na prática, têm um rendimento maior com a gasolina aditivada”, explica.
Abastecendo dois carros com a mesma quantidade de combustível, porém, um com gasolina comum e outro com a gasolina especial, quando secasse o tanque do primeiro, o segundo poderia ir 10% além. O negócio pode parecer interessante, mas é preciso sempre avaliar os preços.
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, entre os dias nove e quinze de abril deste ano, o preço médio da gasolina no Brasil foi de R$ 5,51, enquanto o da gasolina aditivada foi de R$ 5,68. Nesse cenário, para rodar 1 mil km, o mesmo carro gastaria R$ 516,36 com a gasolina aditivada e R$ 551 com a normal. Uma boa economia.
No entanto, os valores variam de acordo com a região e estabelecimentos: se o preço do combustível que com maior rendimento custar mais de 10% acima da gasolina comum, o negócio deixa de valer a pena.
Créditos: UOL.