A revista alemã Die Aktuel publicou nesta semana o que anunciou falsamente como “primeira entrevista com Michael Schumacher” após o acidente que aparentemente lhe tirou a consciência em 2013.
Schumacher, obviamente, não foi ouvido na entrevista. A revista usou um chat de inteligência artificial para gerar as respostas e atribuí-las ao sete vezes campeão mundial de Fórmula 1. A família do ex-piloto diz que vai à Justiça contra a publicação.
A revista colocou como manchete: “Nada de meias-sentenças parcas e nebulosas de amigos. Mas respostas dele! Por Michael Schumacher, 54”
Uma das respostas publicadas pela Die Aktuel: “Minha vida mudou completamente desde então [o acidente]. Foi uma época terrível para minha esposa, meus filhos e toda a família.”
Outra: “Fiquei tão gravemente ferido que fiquei em uma espécie de coma artificial por meses, porque meu corpo não teria lidado com isso de outra forma. Eu estava passando por um momento difícil, mas a equipe do hospital conseguiu me levar de volta para minha família”.
O site utilizado para a “entrevista” foi um programa chamado Character.ai, que funciona nos moldes do já conhecido ChatGPT. Só ao fim do texto pode-se ler um tipo de explicação.
“Michael Schumacher realmente disse tudo sozinho? A entrevista foi online. Em uma página que tem a ver com inteligência artificial, ou IA, para abreviar”, anotou a revista, cuja data de capa é de 15 de abril de 2023.
Na primeira página da versão impressa, há a inscrição “parece enganosamente real”, que soa como um disclaimer, antecipando as críticas.
A publicação causou assombro no país. O comentarista de mídia alemã Boris Rosenkranz escreveu num artigo que a peça era “estúpida demais para ser verdade”.