Ter uma noite de sono reparadora não devia ser um privilégio para poucos, mas parte da rotina de todos. Assim como a quantidade, a qualidade do repouso é indispensável para a saúde humana, pois o sistema de defesa do organismo é prejudicado quando o indivíduo dorme pouco ou mal, além disso aumenta o risco de doenças, principalmente as cardiovasculares.
Hipertensão arterial, pressão alta, infarto, derrame cerebral e até mesmo doenças metabólicas como a obesidade são algumas das consequências da privação de sono, é o que explica Renato Max, cardiologista do Hapvida NotreDame Intermédica. “Estudos apontam que pessoas com distúrbios do sono são 80% mais propensas a ter um ataque cardíaco, e esse dado é realmente preocupante”, afirma ele.
De acordo com a Sociedade Mundial do Sono, a fadiga pode nos sobrecarregar física, mental e emocionalmente, por outro lado, o sono de qualidade ajuda a manter a sanidade e permite que as pessoas se concentrem durante o dia. Por essas e outras razões, o repouso é um pilar fundamental para a qualidade de vida.
Um estudo recente coordenado por cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revelou que dois em cada três brasileiros têm problemas na hora de dormir, como insônia e apneia, e relacionou essa alta incidência a hábitos alimentares e de vida.
A qualidade do sono pode melhorar bastante com a prática de hábitos saudáveis, conforme explica Renato Max. Dentre eles, estão manter uma rotina de horários de dormir e acordar, dormir em um local sem luz e sem barulho, desligar aparelhos eletrônicos, evitar o consumo de bebidas que contenham álcool ou cafeína antes de dormir, além de realizar atividade física regular e se alimentar de forma equilibrada.
A conscientização sobre a importância do sono é uma iniciativa de membros da comunidade médica, com o objetivo de tentar diminuir o peso que os problemas do sono provocam na sociedade, por meio da prevenção e do manejo dos mais de cem distúrbios existentes.