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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse no sábado (22.abr.2023) que a Ucrânia é a “grande vítima da guerra” em curso na Europa. No entanto, avaliou que a Rússia também está sendo penalizada pelo conflito e precisa ser considerada nas negociações em busca de um armistício duradouro.
Ele voltou a negar que haja ambiguidade no governo brasileiro sobre a responsabilidade pela guerra. “Há uma posição muito clara: o Brasil condenou a Rússia por invadir o espaço territorial da Ucrânia, ponto. […] O que o Brasil não quer é se alinhar à guerra. O Brasil quer se alinhar a um grupo de países que precisa trabalhar para construir a paz”, disse o presidente em entrevista ao canal de notícias português RTP.
A declaração é uma nova tentativa de amenizar o tom deixado por comentários mal recebidos pelos Estados Unidos e a Europa na última semana, quando Lula equiparou as responsabilidades de Kiev às de Moscou e disse que aliados ocidentais alimentavam a continuidade da guerra.
O presidente negou ter repreendido o envio de armas norte-americanas e europeias para a defesa ucraniana e afirmou ter se referido à necessidade de mudar o enfoque e passar a conversar sobre o fim das ofensivas. “Nós nunca pedimos para que a Europa e os Estados Unidos tivessem outro comportamento. O que nós queremos é que eles também comecem a falar em paz”, afirmou.
“Se todo mundo se envolve diretamente na guerra, a pergunta que eu faço é a seguinte: quem é que vai conversar sobre paz? Quem é que vai conversar com os governos que estão em guerra para discutir a paz? Quem é que vai dar esse passo?”
Para o chefe do Executivo brasileiro, o caminho para trazer os presidentes Vladimir Putin (Rússia) e Volodymyr Zelensky (Ucrânia) para a mesa de negociação é “construir uma narrativa que os convença de que a guerra não é a melhor saída para resolver os problemas”.
“Eu não acredito que essa guerra será infinita, que vai durar 100, 200 anos. Um dia ela vai ter que acabar. E ela vai acabar se os países do mundo resolveram discutir com os 2 países que estão em guerra”, disse Lula.
O presidente citou o período em que foi líder sindical para mencionar sua experiência na mediação de conflitos: “Toda vez que a greve está radicalizada, você precisa encontrar alguém para estabelecer um ponto de equilíbrio para a conversa. Hoje, nós não temos esse ponto de equilíbrio [na guerra da Ucrânia].
Créditos: Poder 360.