Foto: Gentileza/Cones.
O Conselho Nacional de Educação Superior (Cones), do Paraguai, analisa reavaliar as regras para o funcionamento de cursos de Medicina no país, bem como revisar o currículo oferecido, após notícia de que grande parte dos estudantes formados em instituições paraguaias reprovou na última edição do exame Revalida, no Brasil.
Conforme informações repercutidas pela imprensa do país, a taxa geral de aprovação na prova, aplicada para revalidar o diploma de médicos estrangeiros ou brasileiros formados no exterior, foi de apenas 3,75%, a mais baixa da história. Entre os 137 postulantes com diplomas emitidos no Paraguai, 18 (13%) passaram no exame.
Em entrevista ao jornal Última Hora, Clarito Rojas, reitor da Universidade Nacional de Concepción e novo presidente do Cones, demonstrou preocupação e disse que “é preciso fazer uma profunda revisão da política de formação de médicos, em conjunto com o Ministério da Educação, Agência Nacional de Avaliação (Aneaes) e Ministério da Saúde”.
Na avaliação de Rojas, o desafio de aprimorar o ensino superior é complexo, mas o conselho empreenderá esforços. Atualmente, o Paraguai tem cinco cursos de Medicina nas universidades públicas, com os outros 17 sendo oferecidos por instituições privadas. Em muitos dos cursos particulares, o predomínio é de estudantes brasileiros.
Suspensão
A respeito, o Círculo Paraguaio de Médicos (CPM) requisitou ao Cones a suspensão da habilitação de novos cursos. “Peço expressamente que, por cinco anos, não sejam abertos novos cursos de Medicina no país, porque não há condição para novos estudantes”, afirmou Jorge Rodas, presidente do CPM, citado pelo jornal ABC Color.
Clarito Rojas, por sua vez, disse que é preciso criar uma lei especial para regulamentar a criação de cursos na área da saúde. “Nosso problema é esse, não há um embasamento legal para negar a criação […] A faculdade apresenta uma medida cautelar na Justiça e continua funcionando”, argumentou.
Em março, a ex-ministra da Educação e atual senadora pelo Partido Colorado Blanca Ovelar discursou na tribuna do Legislativo e pediu providências quanto a supostas irregularidades na Aneaes, afirmando ter sido procurada pelo embaixador do Brasil em Assunção para tratar de dificuldades enfrentadas por brasileiros que estudam no país.
Créditos: H2Foz.