foto: Epitácio Pessoa/Estadão Conteúdo – 29.jul.2004
As declarações foram feitas durante um evento empresarial em Londres, nesta quinta-feira (20)
O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e os governadores do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), e do Pará, Helder Barbalho (MDB), criticaram o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras (MST) pela recente onda de invasões.
As declarações foram feitas durante um evento empresarial em Londres, nesta quinta-feira (20).
Pacheco disse que o governo federal tem o compromisso de reprimir as invasões. “As invasões são contra a lei, e tudo que for contrário à lei deve ser coibido e evitado. O governo tem compromisso de reprimir esse tipo de atitude e buscar sentar à mesa para poder negociar”, falou.
Castro disse que o movimento tem claras intenções políticas com as invasões, que parecem “ser muito mais uma ação política do que ter resultado prático”.
“Eles têm que rever o que querem. Não me parece fazer sentido nenhum invadir área produtiva, porque é lógico que vão ser retirados dali”, disse o governador do RJ.
O governador de esquerda do ES também adotou um tom crítico, mas pediu celeridade na aplicação de políticas agrárias.
“Na hora em que o movimento ocupa uma sede da Embrapa, perde apoio político, ou na hora que ocupa uma sede do Incra. O momento exige uma reflexão do movimento e um processo mais acelerado na área da política agrária”, disse Casagrande.
Helder Barbalho defendeu o direito à propriedade de terra. “Por um lado, deve-se combater toda e qualquer ilegalidade. Por outro, o governo brasileiro deve instituir, junto com os estados, políticas de reforma agrária que não apenas garantam terra, como também permitam produção para essas localidades”, falou o governador do Pará.
A crise com o MST fez com que o ministro da agricultura, Carlos Fávaro, que também participaria do evento empresarial, tivesse que cancelar sua participação para voltar às pressas para o Brasil.
MST anuncia entendimento com governo federal
Nesta quinta-feira (20), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) anunciou, em comunicado, que chegou a um entendimento com o governo federale declarou encerrada sua mais recente jornada nacional pela reforma agrária.
De acordo com o MST, houve “vitória” do movimento com a retomada do debate sobre o assunto e avanços importantes nas negociações com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O comunicado afirma que a Secretaria-Geral da Presidência e o Ministério do Desenvolvimento Agrário assumiram o compromisso de lançar em maio um plano de reforma agrária com ações, metas e cronogramas.
Neste mês, o movimento aumentou o número de ações, para o “Abril Vermelho”, jornada organizada anualmente.
Apenas em abril, o MST ocupou uma área pertencente a uma usina na cidade de Timbaúba, em Pernambuco e outra pertencente a empresa de papel e celulose Suzano em Aracruz, no Espírito Santo. Além de área pertencente à Embrapa Semiárido consideradas agricultáveis e de preservação da Caatinga, em Petrolina, Pernambuco.
O movimento também ocupou as sedes do Incra em Belo Horizonte e Maceió.