foto: Agência Brasil
Equipe do PT administra site e centenas de grupos de mensagens que espalham ataques a Bolsonaro e elogios ao presidente
Durante quatro anos, petistas e partidos de esquerda acusaram Jair Bolsonaro de manter um “gabinete do ódio”, para supostamente espalhar notícias falsas e acusações infundadas contra os adversários. Bolsonaro e aliados foram incluídos no ainda inconcluso “inquérito das fake news”, instaurado no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo ministro Alexandre de Moraes.
Agora, porém, os petistas têm seu próprio “gabinete do ódio”. Reportagem de O Estado de S. Paulopublicada no site do jornal na segunda-feira 24 mostra que a equipe que cuida das páginas pessoais do presidente Lula mantém mobilizada uma rede com centenas de grupos de WhatsApp para “espalhar conteúdos” e “pautas do governo” e atacar Bolsonaro e aliados da direita.
Criados na campanha eleitoral, esses grupos de WhatsApp são gerenciados pelo “gabinete” que cuida do site “lula.com.br”, anunciado pelo PT como a página oficial de Lula na internet, antes de ele ser eleito, segundo a reportagem.
No site, os petistas informam que o movimento nas redes reúne mais de 25 mil voluntários que se intitulam como “caçadores de fake news”. O site indica os links para fazer parte de algum dos grupos.
Nesta mensagem, disparada em 29 de março, os grupos petistas afirmam que Bolsonaro cometeu uma série de crimes e pedem “cadeia” para os ex-presidente.
Nos grupos pró-Lula também são publicadas dezenas de mensagens para “esclarecer” e desmentir informações negativas sobre o presidente. Um dos exemplos citados pelo Estadão é a declaração de Lula de que o plano do PCC para matar o senador Sergio Moro (União-PR) seria “mais uma armação” do ex-juiz da Lava Jato.
Os grupos do PT criaram, então, os “cinco passos” para esclarecer a “mentira que estão falando de Lula x Moro”.
Ao Estadão, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República informou que não cuida do site www.lula.com.br e, por isso, “não tem ingerência sobre a administração do canal, bem como do conteúdo produzido e publicado”. O órgão disse que administra apenas o Twitter oficial do presidente. O PT ainda não se manifestou.