Foto: Adriano Machado/Crusoé
Presidente do banco de desenvolvimento anunciou empréstimo de R$ 6,5 bilhões com instituição da China
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, anunciou nesta sexta-feira (14) a contratação de um empréstimo de R$ 6,5 bilhões (ou US$ 1,3 bilhão) com o Banco de Desenvolvimento da China.
O empréstimo com o banco chinês ainda depende de aprovação da CAE(Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado e representa cerca de um terço de todo o volume de empréstimos tomados pelo banco em 2022 com instituições multilaterais (pouco mais de R$ 19 bilhões).
Segundo Mercadante, o dinheiro será utilizado para financiar projetos de infraestrutura, transição energética e industrialização. “Esse acordo com o CDB representa mais um passo em direção à diversificação de fontes de recurso para o BNDES e ao fortalecimento da musculatura da instituição”.
Na opinião de Ari Francisco de Araújo, coordenador do curso de Ciências Econômicas do IBMEC de Belo Horizonte, a ação indica uma tentativa do governo repetir o passado.
“O governo deveria estar preocupado em ajustar o fiscal, o orçamento e assim por diante. O problema é essa fixação por elevação de despesa”, pontua. “No fundo, parece que esses recursos vão ser usados, como no passado do BNDES, para atender campeões nacionais, ou seja, para realizar financiamentos com juros subsidiados pela população para atender a lobbies setoriais”, lembra Araújo.
O Banco Central do Brasil alerta há meses para o risco de precisar manter os juros elevados por mais tempo em função das chamadas políticas parafiscais. Aparentemente, Mercadante não está preocupado e já começou a anabolizar o caixa do BNDES rumo ao passado de glórias.
o Antagonista