Foto: ARQUIVO/CORREIO DO ESTADO.
Mãe e padrasto foram presos após o filho da mulher – bebê de um ano e 27 dias – ser internado em estado grave, com lesões na cabeça e indícios de violência.
O casal foi detido, em flagrante, na última terça-feira (14), pela Polícia Civil, por meio Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA). As identidades da mãe, padrasto e criança não foram divulgadas.
O garoto está internada no Hospital Santa Casa de Campo Grande. O laudo médico apontou que o bebê teve duas clavículas quebradas, traumatismo craniano e pneumotórax.
Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, a Santa Casa afirmou que o menino permanece internado na ala vermelha da pediatria e respirando com ajuda de aparelhos. Seu quadro clínico é estável e encontra-se em processo de retirada da sedação para avaliar o despertar.
A Polícia Civil questinou o casal e realizou perícia na casa. Ao ser interrogado pelas equipes de inteligência, o casal começou a se contradizer e mudou a versão dos fatos.
Primeiramente, afirmaram que a criança caiu da cama, por volta de 7 horas daquele dia, o quadro de saúde piorou às 9 horas e o bebê vomitou. Com isso, mãe e padrasto levaram o garoto para uma unidade de saúde.
Após serem confrontados com algumas contradições em suas falas, o casal mudou a versão dizendo que saiu de casa para fazer serviço de manicure e deixou o menino sozinho na residência.
Depois de alguns minutos, o padrasto contou que voltou para a casa e encontrou o garoto caído no chão, deduzindo que ele teria caído do sofá, onde tinha sido deixado antes de sair.
Ainda de acordo com o padrasto, por volta das 9 horas, a criança piorou. A partir de então, fez respiração boca a boca e massagem cardíaca no garoto, levando-o em seguida para uma unidade de saúde.
Ambos foram presos em flagrante pelos crimes de abandono de incapaz, com aumento de pena em razão da ocorrência de lesão grave na vítima e por fraude processual, já que durante a realização da perícia na casa, eles simularam uma dinâmica que induzia ao erro.
A polícia não descarta a ocorrência de maus-tratos e de lesão corporal dolosa. Conforme apurado pelo Correio do Estado, a criança passará por corpo de delito assim que sair do hospital.
Caso Sophia
Sophia Ocampo, de 2 anos e 7 meses, foi morta em 26 de janeiro deste ano.
Ela chegou morta na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Coronel Antonino, após ser agredida pela mãe, Stephanie de Jesus da Silva, de 24 anos, e pelo padrasto, Christian Campoçano Leitheim, de 25 anos.
De acordo com laudo necroscópico emitido pelo Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol), o homem também estuprou a criança.
Christian e Stephanie são réus por homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil, contra menor de 14 anos e meio cruel.
O padrasto foi denunciado pelo crime de estupro de vulnerável e mãe por homicídio doloso por omissão, já que encaminhou a menina à UPA após morta.
Atendimento à criança
Além de atender mulheres, a Casa da Mulher Brasileira também atenderá crianças, de ambos os sexos, vítimas de violência.
O Conselho Gestor da Casa da Mulher Brasileira se reuniu com integrantes do governo do Estado, nesta quarta-feira (15), às 9h30min, para discutir a implantação de uma “salinha” de atendimento à criança e ao adolescente, na sede da Casa da Mulher Brasileira.
A sala será reservada para fazer boletim de ocorrência e corpo de delito, e, começará a funcionar em março deste ano.
O atendimento no local funcionará como plantão: será de segunda à sexta-feira, das 18h às 8h, aos sábados (24 horas), domingos (24 horas) e feriados.
De segunda à sexta-feira, o atendimento continua da DEPCA, das 8h às 18h.
Há planos de construir, futuramente, a Casa da Criança, em frente a Casa da Mulher Brasileira. Existe um terreno baldio em frente a Casa da Mulher e o poder público quer destinar este espaço para atender crianças. Possivelmente a DEPCA será transferida para este local.
Créditos: Correio do Estado.