Foto: Reprodução/YouTube/Governo de SC
A Polícia Civil de Santa Catarina concluiu que o autor do ataque a creche Cantinho do Bom Pastor, que deixou quatro crianças mortas em Blumenau, agiu sozinho. Conforme apontaram as investigações, o homem fazia uso de entorpecentes e tinha alucinações. À polícia, ele afirmou não se arrepender do crime.
As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, 17, onde a polícia apresentou a conclusão do inquérito policial. Segundo o delegado Ronnie Esteves, coordenador da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Blumenau, a mãe do criminoso relatou que ele passou a mudar de comportamento quando começou a fazer o uso de drogas.
“O padrasto sempre ajudou o menino, e de repente o homem [criminoso] passa a ter o primeiro contato com as drogas, passa a usar cocaína e seu comportamento começa a mudar. A mãe começou a perceber que o filho estava diferente, ele começou a ter alucinações”, disse o delegado, ao acrescentar que o criminoso já chegou até a esfaquear o padrasto em determinada ocasião.
Ainda segundo a polícia, o homem tentou incriminar um policial militar como mandante do atentado, mas isso foi descartado. A polícia informou também que o autor do ataque conversou com uma amigo duas semanas antes do crime, e disse que “faria algo grande”. “Mas como ele alucinava, falava muito, o amigo não deu importância para o que ele estava falando”, acrescentou o delegado Ronnie.
“O policial militar foi ouvido e é uma pessoa íntegra. Em momento algum ele disse que conhecia o autor. O autor do crime já fez, por pouco tempo, academia onde o PM treina e eles nunca tiveram contato. Segundo o amigo do autor, ele tinha uma admiração por esse policial, mas eles nunca se falaram”, destacou a autoridade policial.
O criminoso permanece preso e foi indiciado por quatro homicídios e cinco tentativas de homicídio quadruplamente qualificados por motivo torpe, meio cruel, impossibilidade de defesa e contra vítimas menores de 14 anos.
“Depois, ele voltou atrás com a acusação referente ao PM e disse que “fez aquilo para mostrar ao policial que também era corajoso”. Segundo o delegado, em todos os depoimentos o criminoso “continuou frio, disse como fez [o crime], disse que também não se arrependia e que faria de novo”. “Eu perguntei ‘por que crianças’? E ele disse que elas eram mais fáceis, porque elas correm devagar e ele teria condições de alcançá-las”, explicou Ronnie, ao lamentar o ocorrido.