Pacheco estava em reunião com líderes nesta terça (18) para decidir possível adiamento de sessão para ler requerimento da CPMI, quando deputados chegaram ao local para pressionar
Foto: Lucyenne Landim/O TEMPO Brasília
Deputados federais da oposição que pressionam pela abertura da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar os atos do 8 de janeiro entraram na reunião que acontece nesta terça-feira (18) entre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e líderes partidários. Esse tipo de reunião, quando acontece, costuma ficar restrita aos líderes, sem a presença de parlamentares que não ocupam a função.
O encontro é para decidir sobre a sessão do Congresso Nacional marcada para esta terça para, entre outras pautas, a leitura do requerimento que pede a criação da CPMI. A etapa é necessária para o início dos trabalhos. Um grupo de parlamentares ligados ao governo Lula tenta adiar a sessão, enquanto parlamentares oposicionistas pressionam pela realização.
Entre os deputados que “invadiram” a reunião de Pacheco com os líderes, estão Nikolas Ferreira (PL-MG), Bia Kicis (PL-DF) e Julia Zanatta (PL-SC), além de André Fernandes (PL-CE), que articolou o requerimento que pede a CPMI. Na passagem da Câmara para o Senado, onde acontece a reunião, alguns parlamentares chegaram a passar do local da presidência. Foram alertados, depois, por um deputado e então retornaram.
Os parlamentares da oposição reclamam da demora do presidente do Senado em ler o requerimento, que foi protocolado em 27 de fevereiro. Na manhã desta terça, Pacheco afirmou que a sessão só acontecerá se a maioria dos parlamentares desejar, por isso, convocou a reunião alvo dos oposicionistas.
“A CPI é um direito da minoria reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal. Esse direito será por mim garantido, mas o direito da realização da sessão é da maioria. A maioria se não quiser dar quórum, a sessão não acontece. Então nós vamos buscar convergir, a oposição e a situação, dentro de um encaminhamento comum para a realização da sessão do Congresso”, disse Pacheco.
Os líderes que pediram o adiamento da sessão são da federação PT, PCdoB e PV e das siglas PSD, MDB, Podemos, Republicanos e PSB. Logo depois, líderes da oposição pediram a Pacheco que a sessão seja mantida. Assinaram este segundo pedido os líderes da Oposição, da Minoria, do Novo e do PL na Câmara e no Senado, além do PSDB, PP e Republicanos no Senado.
Além do requerimento de criação da CPMI do 8 de janeiro, há na pauta do Congresso Nacional propostas que tratam sobre reajuste salarial para servidores públicos federais e sobre o piso salarial para profissionais da enfermagem.
O Tempo