Foto: MST BAHIA/COMUNICAÇÃO/DIVULGAÇÃO.
Antes de ser preso neste sábado (4) por suspeita de extorsão a fazendeiro, José Rainha, líder da Frente Nacional de Luta (FNL), liderou dezenas de invasões no Brasil. Também foi preso Luciano de Lima, outro líder do movimento.
Rainha liderou a invasão de fazendas promovida pela FNL, há duas semanas iniciou o ato “Carnaval Vermelho” e invadiu oito fazendas no Pontal e uma no Mato Grosso do Sul e atacou produtores rurais. O movimento diz reivindicar a destinação das áreas para estabelecer assentamentos da reforma agrária para trabalhadores sem terra.
Ele também já liderou o MST, movimento que reestreou na terceira gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com invasões em fazendas de cultivo de eucalipto da empresa Suzano nos municípios baianos de Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas. Cerca de 1.700 sem-terras participaram dos atos.
Ao menos cinco ações do movimento foram registradas na Bahia durante esta semana, e a mensagem do governo federal é de tentar resolver o problema “pelo diálogo”, mas sem tecer críticas aos avanços.
Nesta semana, três fazendas da Suzano foram invadidas. Houve registro de derrubada de árvores em uma das localidades. A justificativa dada pelo MST é o descumprimento, por parte da empresa, de um acordo firmado em 2011 para o assentamento de famílias.
Além disso, o movimento afirmou que o ato serviu para denunciar a monocultura de eucalipto na região e o uso de agrotóxicos pela empresa.
As ocupações em massa na Bahia são as primeiras registradas no governo Lula, mas há, ao menos, 11 ocupações realizadas desde o início do ano. O número é o mesmo registrado durante todo o ano em 2021, segundo um levantamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, houve diminuição no número de ofensivas do MST. Ainda segundo o Incra, em 2020 foram contabilizadas seis invasões e, em 2019, sete. O número de registros é o menor desde 1995, quando o Incra iniciou os cálculos.
Em meio aos avanços, a resposta do atual governo não inclui críticas às ações do MST. O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, afirmou na última quinta-feira (2) que a pasta quer “resolver [o conflito] com diálogo”.
Para abril, a há a movimentação para ocorrer mais invasões caso o governo não apresente um plano nacional de reforma agrária que contemple um cronograma de assentamentos durante todo o governo Lula.
Caso Antigo
Em 2011, Rainha foi investigado pela Polícia Federal na Operação Desfalque, que descobriu um esquema de extorsão de empresas e desvios de verbas para assentamentos rurais. Em 2015, foi condenado a 31 anos e cinco meses de prisão pela 5ª Vara da Justiça Federal de Presidente Prudente, no interior de São Paulo.
Créditos: R7.