Foto: Leonardo Bosisio
O promotor Lincoln Gakiya, um dos alvos dos criminosos presos em operação da PF nesta quarta-feira (22), disse que um dos planos dos criminosos era sequestrar o senador Sérgio Moro para, com isso, negociar a liberação de Marcola, preso há mais de 20 anos por chefiar a facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios em São Paulo.
“A gente não pode dizer se o plano era para executar o ex-ministro Sérgio Moro ou se era um plano para sequestrá-lo, inclusive, junto com seus familiares. Talvez, a segunda opção fosse mais plausível. Na visão dos investigadores, é uma personalidade pública e se houvesse esse sequestro causaria um clamor dentro e fora do Brasil, e com isso tentar trocar a liberdade de Moro e família pela soltura de Marcola ou a devolução dele para o sistema penitenciário paulista”, ressaltou Gakiya.
Foi Gakiya, quem descobriu o plano de ataque contra ele e o senador e que acionou a Polícia Federal. De acordo com o promotor, as investigações apontaram que havia duas hipóteses: uma delas de assassinar moro e o promotor e uma segunda, que era de sequestrar Moro e família.
A segunda hipótese, a de sequestro, segundo Gakiya, foi a considerada mais plausível por Moro. A apuração apontou que o grupo pretendia trocar a liberdade dos sequestrados pela libertação de Marcola.
Segundo a polícia, os criminosos chegaram a alugaram chácaras, casas e até um escritório ao lado de endereços de Sergio Moro.
Sequestro de Moro para libertar criminosos era a hipótese mais plausível, diz promotor Lincoln Gakiya que investiga facção — Foto: Leonardo Bosisio/g1
Gakiya atua contra o crime organizado e tem atuação forte contra o PCC. Segundo ele, a facção é que teria organizado os crimes como forma de repressão ao seu trabalho — ele liderou a transferência de Marcola, por exemplo — e contra Moro como retaliação pela mudança nas visitas íntimas.
“Houve uma insatisfação muito grande por parte, não só da facção paulista, mas de outras que também estão no sistema penitenciário federal com relação a uma portaria que o ministro Moro, quando era ministro, baixou proibindo as visitas íntimas aos presos que estão no sistema penitenciário federal. Uma das primeiras atitudes dele, à frente do Ministério da Justiça, foi proibir essas visitas íntimas, que perduram até hoje”, disse.
Apesar da versão do promotor, o ministro da Justiça, Flávio Dino, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), citavam a execução de Moro como plano da facção.
G1