Foto: MST
Preocupados com a inércia do governo Lula e do governo da Bahia de Jerônimo Rodrigues (PT) em conter as invasões de propriedades rurais, fazendeiros baianos estão se organizando, com apoio de prefeituras e de entidades de classe, para enfrentar o “Abril Vermelho”.
Nesse mês, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) costuma invadir propriedades para pressionar por reforma agrária. Em fevereiro, a Suzano, multinacional de celulose, teve três áreas invadidas na Bahia. De acordo com o Incra, neste ano foram 16 invasões de terra no país, sendo 10 na Bahia, mas como a comunicação não é obrigatória, o número pode ser maior.
Um dos organizadores do movimento de resistência é o fazendeiro Luis Uaquim, que produz cacau e cria gado em Ilhéus. Entrevistado pela CNN Brasil, ele disse que “o movimento é uma reação ao governo Lula”. “A mudança de governo na esfera federal trouxe de volta uma política — apoiada pelo PT — das invasões de terra”, declarou o fazendeiro. E acrescentou: “Isso acaba sendo pior na Bahia porque o PT governa o Estado há 16 anos, então, o MST encontra aqui solo fértil para invadir.”
Segundo ele, os fazendeiros vão ficar vigilantes para evitar a entrada do MST nas propriedades da Bahia. “O dia 1º de abril é chave. O MST chama de Abril Vermelho porque gostam de deflagrar invasões. Faremos vigília. No governo passado eles [MST] pararam porque o governo não deixava. Então, estamos nos organizando e esse movimento está ganhando corpo e dimensão nunca antes vista. É uma bomba pronta para explodir porque pode haver conflito na hora de retirar os invasores”, afirmou o Uaquim.
Em todo o governo de Jair Bolsonaro, segundo o Incra, foram 24 invasões em propriedades rurais. Já nos dois governos de Lula, mais de 2 mil.