Foto: AFP / Sergio LIMA.
Há duas décadas combatendo as facções criminosas, o promotor paulista Lincoln Gakiya, membro do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (Gaeco), é o inimigo número 1 do Primeiro Comando da Capital. Na última quarta, 22, a Polícia Federal desbaratou uma quadrilha ligada ao PCC que pretendia sequestrar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), sua família, além de outras autoridades, entre as quais Gakiya. Segundo os planos, em vez de pedir resgate, o bando negociaria a devolução dos reféns em troca do principal líder da facção, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.
Em 2019, foi do promotor paulista a ideia de transferir Marcola e outros 21 comparsas para o Presídio Federal de Rondônia, após a informação de que o chefe do PCC seria resgatado de uma penitenciária paulista. A solicitação foi enviada ao Ministério da Justiça, então sob comando de Moro. Nas carceragens federais, os presos não têm contato pessoal com advogados e visitas, além de permanecerem trancados a maior parte do tempo.
Desde então as ameaças ao promotor se acentuaram. “Faz parte da minha rotina [ser ameaçado]”, diz Gakiya. Foi ele quem descobriu os planos mais recentes do PCC e levou os nomes para a Polícia Federal, em janeiro. “Eu acompanhei tudo desde o início. Temos várias investigações contra esse setor do PCC, chamado de sintonia restrita. Eles atuam só em casos de atentados, resgates. Eles não se envolvem com outras funções, como execuções. São só casos de vulto”.
Créditos: VEJA.