“Não é da forma que eu queria, mas a chance de fazer isso quando estivesse pronto foi tirada de mim”, disse Jeff Molina
O lutador Jeff Molina assumiu a bissexualidade através das redes sociais após um vídeo íntimo ser vazado na internet nesta sexta-feira. O atleta se encontra suspenso do UFC por ter tido o nome envolvido em esquemas de apostas esportivas no fim do ano passado.
Na postagem realizada na conta oficial do “Twitter”, o atleta lamentou o motivo pelo qual teve que abrir para todos a sexualidade após ter a vida pessoal exposta sem seu consentimento. Molina também afirmou que não pretendia expor esse assunto publicamente neste momento, principalmente por viver em um ambiente majoritariamente homofóbico.
O americano também fez questão de reforçar que não pretende ser reconhecimento por ser o “lutador gay do UFC”, mas sim pelo seu talento no octógono. Na publicação, ele agradeceu a todo o apoio dos fãs e de pessoas que se identificaram com a situação.
Em sua última luta antes de ser suspenso, em junho do ano passado, quando superou Zhalgas Zhumagulov por decisão dividida dos juízes, Jeff Molina já havia sinalizado seu apoio à comunidade LGBTQIA+. No combate ele chegou a usar o short da edição especial do “UFC Pride Month”. No entanto, a sexualidade ainda seguia em segredo para as grandes mídias.
Na ocasião, Molina chegou a sofrer preconceito por parte de telespectadores devido ao uso do acessório em apoio a causa LGBTQIA+. O americano chegou a responder as ofensas se mostrando incrédulo com determinada atitude dos fãs do esporte. Tempos depois, o lutador se torna o primeiro atleta do plantel masculino do UFC a admitir ser bissexual na história da organização.
A declaração
“Não é da forma que eu queria, mas a chance de fazer isso quando estivesse pronto foi tirada de mim. Tentei manter minha vida privada longe das redes sociais. Me relacionei com mulheres minha vida inteira e abafei sentimentos que tive durante o colégio enquanto estive no time de wrestling, e depois competindo no MMA, e ainda depois quando alcancei o sonho de chegar ao UFC.
A ideia de que meus amigos, parceiros de treino e pessoas que admiro pudessem me olhar de forma diferente por algo que não posso controlar eu não consigo entender. Em um esporte como esse, do qual a maioria dos fãs é homofóbica, não me vi enfrentando isso por parte da minha carreira. Queria ser lembrado pelas minhas habilidades, para as quais me dediquei pelos últimos 11 anos da minha vida e não por ser ‘o lutador bissexual do UFC’, o que tenho certeza de que será traduzido como ‘o lutador gay do UFC’.
Para a terrível e perturbada pessoa que decidiu postar isso, espero que tenha valido a pena. No fim das contas, sei do meu caráter, moral e da pessoa que sou. Ao mesmo tempo que recebo ódio recebo a mesma quantidade de apoio e isso significa demais para mim”.