Imagem de Elize diante de uma torre de chope estava em celular apreendido após o indiciamento pela suposta apresentação de um documento falso
Em liberdade condicional, Elize Matsunaga aparece em uma imagem registrada no próprio celular dela em um bar em uma cidade de praia e aparentemente consumindo bebida alcoólica, no que seriam infrações à decisão judicial que permitiu que ela deixasse o presídio em Tremembé, no interior de São Paulo, em 2022. Uma das regras da decisão é justamente não frequentar bares.
O aparelho telefônico e o computador de Elize foram apreendidos na última semana, após ela ser indiciada pela polícia de São Paulo por suposto uso de documento falso. Ela teria apresentado um atestado de antecedentes criminais falso para poder trabalhar em uma empresa de Sorocaba no ano passado, logo após obter a liberdade condicional. Elize nega ter falsificado o documento.
A imagem que mostra Elize no bar foi divulgada inicialmente no perfil Mulheres Assassinas no Instagram, do escritor Ulisses Campbell, autor de um livro sobre Elize. Na descrição da imagem, ele aponta que Elize está na praia do Itararé, em São Vicente, no litoral de São Paulo.
Presa desde 2012 por matar o marido, Marcos Matsunaga, Elize foi condenada a mais de 19 anos de prisão por homicídio doloso e destruição de cadáver, entre outros crimes. Ela conseguiu remição de parte da pena ao fazer atividades como trabalhar e participar de cursos no presídio.
A decisão que condeceu a liberdade condicional à Elize, em maio de 2022, previu que ela deveria:
• comparecer trimestralmente à Vara de Execuções
• obter ocupação lícita no prazo de 30 dias
• permanecer em sua residência durante o repouso, no período compreendido entre 20h e 6h, salvo com autorização judicial
• não mudar da Comarca sem prévia autorização do juízo
• não mudar de residência sem comunicar o juízo
• não frequentar bares, casas de jogo e outros locais incompatíveis com o benefício
Procurada, a defesa de Elize não comentou as possíveis infrações às regras da liberdade condicional com a presença dela em um bar de São Vicente durante a noite.
Em liberdade condicional desde maio de 2022, Elize chegou a morar em Sorocaba após deixar a penitenciária de Tremembé. Ela foi acolhida pela família de uma ex-detenta de quem virou amiga no presídio. Após alguns meses, Elize foi morar em Franca, onde comprou uma casa e decidiu trabalhar como motorista de aplicativo. É nessa cidade do norte do estado em que Elize fixou residência.
Volta à prisão
O Ministério Público pediu que Elize volte à prisão em razão do documento falso que teria sido apresentado. Segundo a polícia, a irregularidade em relação ao documento apresentado em Sorocaba foi comprovada após perícia. O delegado Acácio Leite afirmou que se trata de uma falsificação “grotesca”, em que o nome de Elize foi colocado em sobreposição ao de outra pessoa.
A Justiça ainda não se manifestou sobre o pedido do Ministério Público de São Paulo.