Foto: TRF4
Em entrevista ao jornal O Globo, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, defendeu a indicação do advogado pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Cristiano Zanin, para uma vaga no Supremo.
Mello rebateu críticas sobre Zanin ter defendido o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato.
Segundo ele, o advogado “ostenta todos os atributos pessoais e profissionais necessários à sua indicação ao Supremo”.
“A escolha de um Ministro do STF tem o seu processo e requisitos definidos na Constituição da República. O dr. Cristiano Zanin, paulista de Piracicaba, preenche, Integralmente, as condições que a Constituição exige para investidura no cargo de Juiz da Suprema Corte brasileira. É o respeito a tais requisitos constitucionais que legitima a escolha, pelo Presidente da República, de um futuro magistrado do STF! É isso que importa!”, disse o ministro ao jornal.
De acordo com Celso de Mello, que foi indicado ao STF pelo então presidente José Sarney em 1989, “o fato de haver sido Advogado do atual Chefe de Estado não o desqualifica para o elevado ofício que exercerá na Corte nem descaracteriza os requisitos constitucionais que ele efetivamente preenche!”.
“Cabe também relembrar que vários ministros do STF foram indicados/nomeados por presidentes da República , em razão de preencherem os requisitos constitucionais para efeito de legítima investidura nesse cargo judiciário, mas de quem haviam anteriormente sido aliados políticos ou auxiliares, na condição de ministros de Estado, de assessores diretos ou de Consultor-Geral da República , como, por exemplo, entre vários, o ministro Hermes Lima (Presidente João Goulart, de quem foi , entre outros cargos ministeriais, ministro das Relações Exteriores), ministro Célio Borja (Assessor Especial do Presidente Sarney), Barão de Lucena (amigo pessoal e conselheiro político do presidente Marechal Deodoro da Fonseca), ministro Epitácio Pessoa (presidente Campos Salles, de quem havia sido ministro da Justiça) , Plínio Casado (aliado político do presidente Getúlio Vargas, que dele fizera, em momento precedente, interventor federal no Estado do Rio de Janeiro), ministro Clovis Ramalhete (presidente João Figueiredo, de quem foi Consultor-Geral da República) e ministro Rodrigo Octavio (presidente Washington Luís, de quem foi Consultor-Geral da República)”, disse o ministro aposentado.
Gazeta Brasil