Durante uma entrevista ao portal Metrópoles, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral chorou, militou na agenda progressista e chamou a direita de “anticristo”. Na ocasião, ele estava afirmando que foi pressionado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal para atingir com delações premiadas autoridades que eram consideradas desafetos da operação Lava Jato no Rio de Janeiro e no Paraná.
“Eles são de direita, são preconceituosos”, disse o ex-governador. “Eles têm horror à política de cotas e à vida progressista. Eles são de direita e ainda usam o nome de Deus. Eu sei o que é Deus. Se não fosse ele, eu não estaria vivo hoje. Eu sei o que é Deus estando sozinho em uma cela durante 22 horas por dia. Esses caras não sabem nada sobre o que é Deus. São anticristos. Quantas mulheres, filhos e irmãos eu vi dos presos da Lava Jato? Um método fascista.”
Cabral se referia a direita brasileira; a força-tarefa da Lava jato; ao senador Sergio Moro (União Brasil-PR), ex-juiz da operação; ao deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), ex-procurador da Lava Jato; e a Eduardo El Hage, ex-coordenador da operação no Rio de Janeiro.
Condenado a mais de 400 anos de prisão, Cabral foi solto em fevereiro e poderá usar tornozeleira eletrônica. Segundo a Lava Jato, o ex-governador criou um esquema de cobrança de 5% de propina do valor de obras do Estado, como o Arco Metropolitano, o PAC das Favelas e a reforma do Maracanã para a Copa de 2014. Cabral era um dos últimos detidos da operação que continuava preso. Os demais conseguiram benefícios depois de o ex-juiz Sergio Moro ser considerado parcial pelo Supremo Tribunal Federal.
Revista Oeste