Foto: Reprodução.
Novas imagens da guerra desta quinta-feira (23) no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, mostram mais desespero de crianças em meio ao intenso tiroteio.
“Quer mamãe, titia, mamãe!”, suplica uma menina ao ouvir disparos. “Abaixa, abaixa!”, responde a professora.
A cena foi registrada na Escola Municipal Marcílio Dias. Do lado de fora, uma força-tarefa buscava, nas sete favelas do complexo, traficantes vindos do Pará. Treze criminosos morreram, segundo a polícia.
A Secretaria de Educação de São Gonçalo informou que oito escolas municipais suspenderam as aulas na tarde desta quinta. Com isso, mais de 1.200 alunos não puderam estudar naquele turno.
Além disso, pelo menos 100 crianças tiveram de ficar muito além do horário presas nos colégios por medida de segurança. Algumas esperaram oito horas para voltar para casa.
A operação
A operação das polícias Civil e Militar no Complexo do Salgueiro deixou 13 criminosos mortos e três feridos — duas moradoras e um suspeito. Dois homens foram presos, e os agentes apreenderam 13 fuzis e uma pistola.
O secretário de Polícia Civil, Fernando Albuquerque, celebrou o resultado da ação.
“No Salgueiro, teve resistência, e tivemos vários criminosos que vieram a óbito. Pelas armas, vocês podem ver que os criminosos não estão interessados em ser presos e processados pelo Estado de Direito. Hoje, podemos comemorar o sucesso na missão”, disse, em coletiva na noite de quinta.
Resumo da operação:
- 13 suspeitos mortos. Entre eles, está o alvo principal da ação, Leonardo Costa Araújo, o Leo 41, traficante apontado como o chefe do tráfico no Pará (leia mais abaixo).
- três feridos: duas mulheres, de 53 e 62 anos, e um homem de 38 anos, Felipe Marques da Silva, que precisou amputar o pé e acabou preso – ainda não foi esclarecida sua relação com os confrontos.
- dois presos;
- participaram 80 homens da Subsecretaria de Inteligência (RJ); do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar; da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Civil; e policiais do Pará;
- cinco blindados e dois helicópteros deram apoio à ação; o delegado Fabricio Oliveira, coordenador da Core, afirmou que ‘blindados, inclusive as aeronaves, foram atacados’.
A identificação dos mortos não havia sido divulgada até a última atualização desta reportagem.
Segundo a polícia, Leo 41 é um dos responsáveis por uma série de ataques que mataram, desde 2021, cerca de 40 agentes de segurança pública no Pará.
A polícia também buscava outros chefes do Comando Vermelho do Rio que orquestraram e participam da guerra que atinge comunidades na Zona Oeste do Rio e do assalto ao Village Mall, na Barra da Tijuca, quando um segurança foi morto.
Créditos: G1.