Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Eliziane Gama (PSD-MA) enviaram um ofício ao senador Chico Rodrigues (PSB-RR) cobrando explicações sobre a visita dele à terra ianomâmi, em Roraima. Rodrigues é presidente de uma comissão externa do Senado que vai acompanhar a crise humanitária no local.
Rodrigues foi até o território na segunda-feira, 20, depois que algumas instituições indígenas se posicionaram contra a participação do parlamentar nos trabalhos da comissão.
Rodrigues pousou na pista de Surucucu, onde existe um pelotão do Exército, e foi ao posto de saúde onde os indígenas doentes são atendidos por uma força-tarefa emergencial. O senador ainda sobrevoou as áreas que possuem a presença dos garimpeiros ilegais.
Desde os primeiros governos do PT, os indígenas ianomâmi atravessam uma crise de desnutrição grave. Mas o assunto voltou à superfície no último mês, em razão dos relatos de crise sanitária na comunidade ianomâmi de Surucucu, em Roraima, junto à fronteira com a Venezuela.
O presidente Lula usou a questão para atacar a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Além disso, o governo petista afirma que o garimpo ilegal da área é uma das causas do problema.
Os senadores cobram as seguintes explicações de Rodrigues:
- Quais foram seus objetivos e as atividades da comissão na defesa dos ianomâmi;
- Se a visita atendeu aos critérios estabelecidos pela Funai;
- Se ele comunicou formalmente a Funai ou ao Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública sobre a visita;
- A apresentação de um relatório detalhando a visita, com custos e ônus da missão.
No documento enviado ao senador, Eliziane e Costa ainda se posicionaram contrariamente ao modo como o parlamentar vem conduzindo os trabalhos da comissão. Segundo eles, o colegiado não possui um plano de trabalho aprovado e foi impedido de participar da visita.
“Nossa assessoria foi notificada de que o Exército havia confirmado ida à Surucucu no dia seguinte, às 8 horas, com saída de Roraima”, informaram os senadores. “Isso demonstra um claro intento de inviabilizar nossa participação, uma vez que somos do Estado do Maranhão e do Estado de Pernambuco, como é de vosso conhecimento, sendo praticamente inviável nossa participação sem um planejamento adequado.”