O presidente da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), Hélio Doyle, afirmou na quarta-feira 1º, que se depender dele, os veículos de comunicação da empresa pública, como Agência Brasil e TV Brasil, continuarão chamando o impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016, de “golpe”.
A declaração foi dada em entrevista à Folha de S. Paulo. “Se depender de mim, vai continuar falando que foi golpe. Gostem ou não gostem. Agora, a linha editorial da empresa, a gente tem que discutir melhor. Estou falando de caráter pessoal. Nós teremos que discutir melhor com a diretoria. Para mim, foi golpe.”
O site oficial do Palácio do Planalto já usou a palavra golpe para se referir ao impeachmentem 13 de janeiro, quando foi anunciada a nova diretoria da EBC. Num dos trechos, afirmava que o Conselho Curador da empresa teria sido“cassado após o golpe de 2016”.
Dilma teve o mandato cassado em agosto de 2016, depois de um processo regular de abertura de impeachment, o qual seguiu os trâmites legais no Congresso Nacional. Até mesmo o Judiciário analisou pedidos de anulação, que foram negados.
Apesar disso, para o presidente da EBC, a cassação “foi golpe”. “Não é só o tanque na rua, foram desenvolvidas novas formas de golpe, em que se usa instrumentos jurídicos e parlamentares para afastar um governante eleito legitimamente”, disse, na entrevista à Folha.
Revista Oeste