Foto: Casa de América/Creative Commons.
A poetisa nicaraguense Gioconda Belli aceitou a nacionalidade chilena oferecida pelo presidente do Chile, Gabriel Boric. Perseguida pelo ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, Gioconda é uma das 94 cidadãs da Nicarágua que perderam suas nacionalidades, por causa das perseguições políticas no país.
Além de remover as cidadanias de opositores, a ditadura de Ortega também tem expulsado do país vários políticos que discordam da escalada autoritária do regime sandinista, sob o argumento de que eles são “traidores da pátria”.
Gioconda é autora de obras como A mulher habitada e Sofía de los presságios. A poetisa foi vencedora do prêmio latino-americano “La Otra Orilla”, em 2010, e está atualmente exilada na Espanha desde 2020.
Ao aceitar o convite do governo chileno, a poetisa elogiou a iniciativa do Chile e disse que vai continuar a lutar pela liberdade na Nicarágua.
“Hoje posso dizer que a solidariedade chilena abraçou a nós, nicaraguenses”, disse Gioconda. “Não reconhecemos que podem tirar a terra onde nascemos, o direito que temos de ser nicaraguenses.”
Gioconda também fez um comparativo com outros escritores que tiveram ligações com a Nicarágua.
“O Chile tem uma ligação profunda com a Nicarágua, de Rubén Darío a Pablo Neruda, Nicanor Parra, Marcela Serrano, Carla Guelfenbein”, lembrou ela. “Há algum tempo, escrevi um poema onde dizia que a solidariedade é a ternura dos povos e hoje posso dizer que a solidariedade chilena abraçou a nós, nicaraguenses.”
Depois da Espanha, o Chile é o segundo país da América Latina que oferece asilo político aos cidadãos exilados da Nicarágua.
Créditos: Revista Oeste.