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O número menores de 18 anos hospitalizados no Reino Unido por causa de cigarro eletrônico quadruplicou em apenas um ano. Em 2022, foram registradas 32 internações enquanto que no ano anterior foram oito. Os dados são do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS UK).
Os especialistas pedem uma maior repressão ao uso dos cigarros eletrônicos, alertando que o número de internações só aumentará. A prevalência do uso desses dispositivos — que podem conter tanta nicotina quanto 50 cigarros — dobrou entre os menores de idade em uma década, no Reino Unido.
Apesar de a venda a menores de 18 anos ser ilegal no Reino Unido, dados apontam que um em cada 10 alunos do ensino médio é usuário regular de cigarros eletrônicos. Quase todas as ruas principais agora têm uma loja de vape, com cigarros eletrônicos vendidos por apenas 5 libras.
Cerca de 20% dos jovens brasileiros fazem uso do cigarro eletrônico, aponta o relatório Covitel divulgado no ano passado. O levantamento foi feito com mais de 9 mil pessoas em todo o país. No Brasil, a venda destes tipos de dispositivos é ilegal.
Os números sobre internações hospitalares entre crianças e adolescentes foram obtidas pela rádio britânica LBC, via Freedom of Information (FOI), mecanismo semelhante à Lei de Acesso a Informação no Brasil.
Os dados mostram que 15 das internações ocorreram com crianças menores de 10 anos. E, entre todas as faixas etárias, as hospitalizações relacionadas ao cigarro quase dobraram, chegando a 344.
O NHS, que forneceu os dados, não informou se todas as 32 hospitalizações entre menores de 18 anos eram de crianças diferentes. Isso significa que alguns dos casos podem ter sido a mesma criança que precisou de mais de uma sessão de tratamento.
Os dados fornecidos não detalharam com quais problemas de saúde as crianças e adolescentes chegaram aos hospitais para necessitarem de internação. Mas o cigarro eletrônico pode causar problemas respiratórios, como falta de ar, dor no peito, inflamação pulmonar e, em casos graves, insuficiência respiratória.
Os cigarros eletrônicos permitem que as pessoas inalem a nicotina em um vapor — produzido pelo aquecimento de um líquido, que normalmente contém propilenoglicol, glicerina, aromatizantes e outros produtos químicos.
Ao contrário dos cigarros tradicionais, eles não contêm tabaco, nem produzem alcatrão ou carbono — dois dos elementos mais perigosos. Mas eles podem incluir centenas de produtos químicos não regulamentados, alguns dos quais são “cancerígenos conhecidos”, de acordo com um estudo publicado na Frontiers in Pediatrics em outubro passado.
O Globo