Parte da chamada Bancada da Bíblia, uma das mais influentes do Congresso, já começa a sinalizar que, embora vá se manter firme na chamada pauta de costumes, não vai fazer oposição sistemática ao governo petista. Um dos primeiros sinais de que o coro já não canta tão afinado foi a dificuldade do grupo de definir a liderança da Frente Parlamentar Evangélica (FPE) para o biênio 2023/2024.
A presidência da frente será alternada a cada seis meses entre os deputados federais Eli Borges (PL-TO), que segue como ferrenho defensor de Bolsonaro, e Silas Câmara (Republicanos-AM), que vem estabelecendo canais de diálogo com o governo Lula.
Sucessor de Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que presidiu a frente no último biênio, Eli Borges, que ficará na liderança do grupo neste primeiro semestre de 2023, prometeu uma relação “respeitosa” com o governo petista, embora deixe nítido que tem grande afinidade ideológica com Bolsonaro.
Por sua vez, Silas Câmara, importante liderança da Assembleia de Deus do Norte e organizador da Marcha para Jesus no Amazonas, chegou a se reunir com integrantes do governo federal, como o ministro da Integração Nacional, Waldez Góes, e o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula. O amazonense foi alçado como um dos líderes da bancada evangélica.
A Frente Parlamentar Evangélica foi criada em 2003, e desde então vinha definindo seus líderes de forma consensual. Esta foi a primeira vez em que houve disputa pelo comando do grupo. Uma eleição chegou a ser realizada no início do mês, mas acabou sendo anulada por discrepâncias entre o número de votos e o de eleitores inscritos.
IstoÉ