Um editorial publicado no jornal O Estado de S. Paulo nesta quarta-feira, 8, criticou os ataques do presidente Lula à independência do Banco Central (BC). Segundo o texto, o petista elegeu o BC como um “inimigo de seu governo”. O artigo discordou ainda do teor das falas do chefe do Executivo em discursos.
“O BC reiterou o compromisso de cumprir as metas de inflação e destacou o efeito das incertezas fiscais sobre as premissas com as quais trabalha para tomar suas decisões”, observou o Estadão, ao elogiar a postura da autoridade monetária. “Em suma, a ata deixou ainda mais claro aquilo que o comunicado da semana passada já havia evidenciado: para conter a piora das expectativas de inflação, a Selic permanecerá elevada por mais tempo do que o esperado.”
O Estadão lembrou que o BC deu ao governo Lula o benefício da dúvida quanto à política de gastos do Poder Executivo, que pode trazer prejuízos. “O BC disse que a execução do pacote fiscal do governo ‘atenuaria os estímulos fiscais sobre a demanda, reduzindo o risco de alta da inflação’”, escreveu o jornal.
Conforme o jornal, porém, Lula não tem aproveitado os acenos que lhe são feitos. “Até agora, tudo que o presidente fez foi jogar contra si mesmo e contra o país”, afirmou o Estadão. “Ao questionar a autonomia do BC e as metas de inflação, Lula hostiliza justamente os limites a seus devaneios populistas e desenvolvimentistas, sinalizando desprezo pela responsabilidade fiscal.”
Revista Oeste