Um mês após os atos extremistas de 8 de janeiro, a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), disse que também houve erros na área de segurança e inteligência no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Todo o ônus veio para nós [do DF]. [Mas] você tem falhas no GSI [Gabinete de Segurança Institucional] do palácio [do Planalto]. Você tem falhas em vários locais. Falhas da própria inteligência de outros Poderes, entendeu? Então não aconteceu só conosco, aconteceu de forma generalizada. Mas quem foi mais penalizado com certeza foi o Governo do DF”, afirmou Celina em entrevista à Folha.
Ela citou como exemplo a investigação sobre as portas do Palácio do Planalto terem sido abertas para a entrada de golpistas no dia dos atos.
A governadora interina é contra a proposta de criação de uma Guarda Nacional, um dos principais itens do pacote de ações jurídicas apresentadas pelo ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) como resposta aos atos golpistas de 8 de janeiro. Além disso, insiste na criação de um batalhão específico do DF para cuidar da área dos três Poderes.
Celina saiu em defesa do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). “Ele foi mal informado durante todo o processo que estava acontecendo.” Segundo ela, Ibaneis teve “boa fé” ao achar que Anderson Torres seria o mesmo secretário que ele foi na primeira passagem pelo cargo.
“Eu acredito que o próprio espírito colaborativo nosso, com autorização do governador Ibaneis, deu uma situação de que nós não tínhamos participação naquilo. Então, eu acho que isso pesou muito. Além de sermos um governo que foi eleito também democraticamente no primeiro turno. Poderia parecer para a população que seria uma intervenção na democracia, e não na área que era a área problemática.”, afirma Celina.
Com informações da Folha de S. Paulo