Hélio Doyle afirmou que, se depender dele, o processo de destituição de 2016 continuará sendo chamado de “golpe”
O presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), Hélio Doyle, 72 anos, afirmou que, se depender dele, o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) continuará sendo chamado de “golpe”.
“Se depender de mim, vai continuar falando que foi golpe. Gostem ou não gostem. Agora, a linha editorial da empresa, a gente tem que discutir melhor. Estou falando de caráter pessoal”, disse em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada nesta 4ª feira (1º.fev.2023).
“Mas se depender de mim, foi golpe. Não é só o tanque na rua, foram desenvolvidas novas formas de golpe, em que se usa instrumentos jurídicos e parlamentares para afastar um governante eleito legitimamente”, completou.
Doyle disse que a antiga diretoria da EBC “teve um problema no jornalismo, uma falta de sensibilidade” na cobertura dos atos extremistas do 8 de Janeiro. Mencionou o fato de o senador Flávio Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ter sido convidado para comentar o episódio.
O jornalista também falou sobre o uso da linguagem não binária, ou neutra, em notícias da Agência Brasil:“A linguagem foi utilizada aqui antes de a gente [a nova diretoria] chegar, inclusive”.
Hélio Doyle é professor aposentado da UnB (Universidade de Brasília). Na instituição, ele se graduou em Jornalismo, cursou mestrado em Comunicação e doutorado em História das Relações Institucionais. Trabalhou como jornalista em diversos veículos e foi chefe da Casa Civil do Governo do Distrito Federal na gestão de Rodrigo Rollemberg(PSB).
MINISTROS VOTARAM PELO IMPEACHMENT
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) afirmou que Dilma havia sido derrubada de forma ilegal ao menos duas vezes, em suas viagens à Argentina e ao Uruguai. Reportagem do Poder360 mostra que 7 de seus ministros foram favoráveis à destituição da petista.