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Um ex-médico teria jogado parte de um feto no vaso sanitário e dado descarga, ao ouvir policiais arrombando as portas de uma clínica clandestina de aborto, na manhã dessa quarta-feira (8/2), na zona leste da capital paulista.
Foram presos em flagrante pelo crime de aborto: o ex-médico Nelson Takara Uchimura, uma técnica em enfermagem, e uma mulher que tem 40 anos e pagou pelo procedimento ilegal.
O advogado de defesa do ex-médico, Gildásio Marques Vilarim Junior, foi procurado pelo Metrópoles, mas não se pronunciou. Os defensores das duas mulheres não foram localizados até a publicação desta reportagem. O espaço segue à disposição. As informações são do Portal Metrópoles.
Um vídeo feito pela polícia (veja abaixo) mostra investigadores da 5ª Delegacia Seccional de São Paulo arrombando a clínica, no sétimo andar de um prédio comercial.
Até chegarem ao cômodo onde era feito o aborto, os investigadores precisaram arrombar duas portas. Como fachada, a clínica clandestina dizia prestar serviços de acupuntura.
A clínica é monitorada desde o início de janeiro, quando a 5ª Seccional recebeu uma denúncia sobre as atividades ilegais feitas no local. Ao verificar que o local era muito frequentado, a polícia solicitou um mandado de busca e apreensão, expedido pela Justiça e cumprido nessa quarta.
Flagrante
Quando os policiais chegaram, o procedimento clandestino havia acabado de ser feito, conforme afirmou ao Metrópoles o delegado Milton Burgese, da Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco).
“Ele [ex-médico] ouviu os policiais arrombando as portas e deu descarga no feto, que havia sido retirado parcialmente da paciente.”
Burgese afirmou ainda que a gestante precisou ser levada ao hospital. Na unidade de saúde, o restante do feto foi retirado. Ela já recebeu alta.
A mulher foi indiciada por consentir a realização do aborto; se a ré for condenada, a pena pode variar de 1 a 3 anos, segundo o Código Penal.
Registro médico cassado
Uchimura e a auxiliar de enfermagem foram indiciados por provocar aborto com o consentimento da gestante, com penas que podem variar de 1 a 4 anos.
O ex-médico teve seu registro cassado pelo Conselho Regional de Medicina paulista (Cremesp) em 7 de junho de 2004, conforme consta em publicação do Diário Oficial do Estado de São Paulo.
Ele foi indiciado pelo mesmo crime, em março do ano passado, em Higienópolis, no centro paulistano.
Créditos: Metrópoles.