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O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse no sábado (18.fev.2023) que a China cogita fornecer “apoio letal” à Rússia na guerra contra a Ucrânia.
O norte-americano se encontrou com o diplomata chinês Wang Yi na 59ª Conferência de Segurança em Munique, na Alemanha, na 1ª reunião entre autoridades dos 2 países desde a crise diplomática desencadeada pelo abatimento de um balão chinês supostamente usado para espionar os EUA no início do mês.
“A preocupação que temos agora é baseada em informações de que eles [chineses] estão considerando fornecer apoio letal [à Rússia], e deixamos muito claro que isso causaria um problema sério para nós e em nossa relação”, disse Blinken à rede de televisão CBS News no sábado (18.fev) depois da reunião com Wang.
Segundo o secretário, algumas empresas privadas chinesas já estariam fornecendo equipamentos não-letais à Rússia, sem especificar quais.
Agora, porém, o governo chinês –que, de acordo com o secretário, tem o controle do setor privado e esteve por trás dos envios– também estaria avaliando fornecer armas e munições para fortalecer o lado russo à medida em que a guerra se aproxima de completar 1 ano na 6ª feira (24.fev) sem um desfecho claro.
No sábado (18.fev), durante a conferência em Munique, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, acusou Moscou de ter cometido “crimes contra a humanidade” no curso da guerra.
A questão é considerada mais grave no direito internacional do que o crime de guerra, já que significa que atos como assassinatos, estupros e violações não só foram difundidos por determinado país durante um conflito militar, como dirigidos de forma sistemática e intencional contra civis.
Blinken disse que as evidências analisadas pelo governo norte-americano sobre os supostos crimes russos “infelizmente está totalmente clara”.
Em resposta a Kamala Harris, o embaixador da Rússia nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, disse no canal da embaixada no Telegram que Washington estava tentando “demonizar” Moscou e fomentar a crise na Ucrânia com acusações que fariam parte de uma “guerra híbrida” contra o país.
TENSÃO ENTRE EUA E CHINA
Em 2 de fevereiro, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos anunciou que detectou um “balão de vigilância chinês de alta altitude” sobre o território norte-americano. O equipamento foi localizado no Estado de Montana, próximo à Base Aérea de Malmstrom, onde há 3 campos de silos de mísseis nucleares, estrutura feita para armazenar e lançar mísseis balísticos.
“Assim que o balão foi detectado, o governo dos EUA agiu imediatamente para se proteger contra a coleta de informações confidenciais”, disse o Pentágono em comunicado. Eis a íntegra (22 KB, em inglês).
No dia seguinte, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, decidiu adiar a viagem à China, prevista para 5 de fevereiro. Ele iria se reunir com o ministro das Relações Exteriores chinês, Qin Gang, para discutir a relação dos 2 países e o aumento de casos de covid-19 na China.
Em 4 de fevereiro, os Estados Unidos afirmaram ter derrubado o balão na costa da Carolina do Sul depois de o equipamento sobrevoar locais militares sensíveis. O balão representou um aumento de tensões entre norte-americanos e chineses, que trocaram acusações mútuas pelo episódio.
A China afirma que o objeto era um equipamento “usado para fins de pesquisa, principalmente meteorológicos” que desviou do seu curso devido às correntes de vento. No sábado (18.fev), Wang Yi disse que a reação dos EUA ao balão havia sido “histérica”.
“Existem tantos balões em todo o mundo, e vários países os têm, então os Estados Unidos vão derrubar todos eles?”, declarou durante a Conferência de Segurança em Munique.
Créditos: Poder 360.