Na noite de ontem, o presidente repetiu críticas à independência do Banco Central e à manutenção da Selic em 13,75%. Hoje, investidores responderam com aversão a risco
Os investidores nacionais elevaram a cautela com o cenário interno, e o real registrou a terceira pior performance entre os emergentes no dia. O dólar fechou a sexta-feira em alta de 1,75%,a R$ 5,13, depois de ter ultrapassado 2% de alta na máxima do dia.
Os juros futuros também reagiram mal à fala do presidente Lula ontem questionando a independência do Banco Central e indicando que pretende interferir na política monetária. As taxas subiram para todos os prazos de vencimentos. O mercado passou a precificar um novo aumento de 0,25 p.p. na Selic depois dos comentários do presidente demonstrando impaciência e descontentamento com o nível dos juros. O movimento foi amplificado pelo mau humor externo após dados econômicos nos Estados Unidos mostrarem aquecimento no mercado de trabalho.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores de São Paulo, fechou em queda de 1,47%, aos 108,5 mil pontos, puxado por empresas mais sensíveis aos níveis de juros. O setor de consumo discricionário (que reúne as principais empresas de varejo do país) caiu 5% no dia.
No exterior, os mercados de Wall Street também fecharam em queda, com resultados abaixo do esperado de gigantes da setor de tecnologia. O S&P 500 fechou no vermelho em 1,04%, enquanto a Nasdaq encerrou o dia em -1,59% .