O Carrefour Brasil divulgou nesta segunda-feira (13) uma queda de 28,2% no lucro líquido ajustado do quarto trimestre frente a um ano antes, pressionado pelos custos das conversões de lojas adquiridas do BIG e das maiores despesas financeiras, enquanto as vendas líquidas avançaram 36,3%.
O grupo, que tem no Atacadão seu principal ativo, concluiu a aquisição do BIG no ano passado e tem um plano já em andamento para a conversão de mais de 120 pontos adquiridos em outras bandeiras até o início de 2024. Analistas vem observando de perto o efeito da inflação e dos juros no negócio da companhia.
O lucro líquido ajustado do Carrefour Brasil de outubro a dezembro foi de R$ 550 milhões, contra R$ 766 milhões no mesmo período de 2021. Sem excluir efeitos extraordinários, incluindo relacionados à integração do BIG, o recuo seria de 58,1%, a R$ 426 milhões.
“A conversão de lojas tem efeito no lucro líquido, temos esse efeito negativo de ‘one-off’ (extraordinário) da conversão de lojas, mas quando já está convertida observamos um crescimento das vendas”, disse a jornalistas o diretor de Finanças e Relações com Investidores da empresa, David Murciano.
Ele disse que essa pressão no lucro é “natural” e que a empresa espera compensar com crescimento da geração de caixa.
Com uma dívida maior depois da aquisição e em meio a uma Selic que foi a 13,75%, o Carrefour Brasil viu seu resultado financeiro líquido piorar quase 200% no quarto trimestre na base anual, para perda de R$ 790 milhões.
Questionado sobre como está a relação com bancos após a crise da varejista Americanas, ele disse que o ambiente está “um pouco mais complicado”, mas que o Carrefour vem tendo “conversas boas” com as instituições financeiras.
A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) do Carrefour Brasil no trimestre foi de R$ 1,97 bilhão no período, avanço de 12,4%. A margem Ebitda ajustada caiu de 8,5% para 7% em 12 meses, mas a margem bruta subiu de 20,6% a 21,7%.