Por outro lado, as expectativas do setor para fevereiro aumentaram
A indústria teve queda na produção e no emprego em janeiro. Os dados são da Sondagem Industrial, levantados pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
O índice da produção está em 46,1 pontos, abaixo da linha divisória de 50 pontos. Quanto mais perto de zero e mais longe dessa fronteira, maior a baixa. A escala vai de zero a cem pontos.
Para as pequenas empresas, esse indicador é de 40,7 pontos; as médias, 45,5 pontos; e as grandes, 49 pontos.
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Já o nível do emprego está em 47,8 pontos. Nesse cenário, o índice é de 46,6 pontos para as pequenas companhias, 47,6 pontos para as médias e 48,5 pontos para as grandes.
REPRODUÇÃO/SONDAGEM INDUSTRIAL/CNI
Segundo Cláudia Perdigão, economista da CNI, o resultado de janeiro é “típico para o período”.
“É natural que aconteça um recuo da atividade industrial em janeiro. Isso é esperado, então ele (resultado do último mês) se mantém em linha com o que é observado na série histórica na média histórica da sondagem industrial.”
Além disso, a UCI (Utilização da Capacidade Instalada) se manteve estável, em 67%, na comparação com a de dezembro de 2022. O movimento ocorre após sete meses consecutivos em patamar igual ou superior a 70%.
“A UCI mostrou acomodação em janeiro de 2023. Esses resultados indicam desaceleração após a indústria registrar atividade mais forte que a habitual em 2022”, argumenta Perdigão.
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Expectativas melhoram
Em compensação, as expectativas para fevereiro aumentaram. Todas as projeções para este mês avançaram.
“Após piora das expectativas dos empresários em novembro e dezembro de 2022, os dois primeiros meses de 2023 registraram recuperação”, diz a CNI.
O principal indicador de projeção futura é o Índice de Expectativa, que registrou 54,1 pontos para fevereiro. Em relação ao primeiro mês de 2023, é um aumento de 1,9 ponto.
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Já a intenção de investimento teve pequena expansão. Com avanço de 0,3 ponto, chegou ao patamar de 54 pontos.
Como a média histórica é de 51,4 pontos, o dado revela que há disposição dos empresários para porem mais dinheiro no ramo.
Vale lembrar que, durante a campanha à Presidência, Lula da Silva prometeu reindustrizalizar o país. Em 2021, o setor representou 23,6% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, que mede o tamanho da economia do Brasil e é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Esse índice tem caído desde 2005, quando o segmento era responsável por 28,5% da economia. A partir de 2020, houve uma leve recuperação, quando, na virada do ano da pandemia, a indústria teve aumento de participação do PIB e passou de 22,5% para 23,6%.
Em países desenvolvidos, como Estados Unidos, Alemanha e Japão, o ramo historicamente tem maior participação na economia desses locais.