Foto: Bel Pedrosa/Agência Brasil
Conhecido por ser um dos pais do Plano Real, o economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, está preocupado com o risco fiscal no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. No segundo turno da eleição de 2022, entretanto, ele declarou voto no petista.
Em entrevista ao jornal o Estado de S.Paulo, o economista disse que se o político “quiser colaborar para derrubar os juros, pode dar mais atenção à responsabilidade fiscal”. A fala é uma referência aos recentes ataques de Lula às decisões do Comitê de Política Monetária do Banco Central. Recentemente, o petista classificou as justificativas dadas pelo órgão para manter a Selic (taxa básica de juros) no patamar atual como uma “vergonha”.
De acordo com Armínio, os “sinais não são bons” na área macroeconômica do governo. Ou seja: no setor em que se tomam as grandes decisões que impactam diretamente sobre o controle da inflação e o desempenho do produto interno bruto do país.
“Estou vendo um governo que tem uma oportunidade histórica de mostrar serviço em áreas cruciais, tais como educação, saúde e meio ambiente, mas que infelizmente está correndo o risco de se atrapalhar pelo lado da macroeconomia”, declarou. O economista ainda deixou claro que votou no petista por questões políticas e reconheceu que o governo do presidente Jair Bolsonaro fez “coisas boas”.
Armínio disse ser “cedo para uma conclusão final” sobre o atual mandato de Lula. Ele, entretanto, fez uma alerta: “O Brasil tem sido uma vítima histórica de más ideias, de uma ideologia mal implantada, uma visão velha, frequentemente intervencionista, capturada por grupos de interesse”.
Revista Oeste