O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, afirmou que o afastamento de Ibaneis Rocha (MDB) do cargo de governador do Distrito Federal pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é arbitrário e prematuro, já que a decisão veio antes mesmo do início de qualquer investigação.
Em entrevista à CNN na segunda-feira 9, ele declarou que pode ter havido falta de competência do governador afastado, mas não conivência com os atos dos vândalos que invadiram e depredaram os prédios da Praça dos Três Poderes.
“Quando você tem uma multidão gigantesca, é muito difícil você ter o controle 100%. E como não há ainda nenhuma conclusão sobre os atos de ontem [domingo 8], eu acho que seria prematuro você culpar. Agora, se há policiais filmando e não conduzindo o movimento, realmente não está certo”, afirmou.
Em seguida, acrescentou: “E, na minha opinião também, o governador de Brasília pode ter agido com falta de competência, e não contra a democracia. Então, talvez, esse afastamento possa estar sendo algo um tanto quanto arbitrário nesse momento. Ninguém é eficiente 100% do tempo. E se alguém erra, não é motivo para ser afastado, é motivo para ser cobrado e investigado.”
O governador mineiro afirmou que condena “qualquer ato de invasão de prédios públicos, de vandalismo, de depredação”, mas ressaltou que é “prematuro culpar qualquer pessoa” antes da conclusão de uma investigação. Foi com esse tom que respondeu sobre eventual parcela de responsabilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está nos Estados Unidos desde 30 de dezembro.
Ibaneis Rocha foi afastado do cargo por 90 dias. O governo federal acredita que tenha havido conivência das forças policiais do Distrito Federal com os atos de vandalismo em Brasília. Anderson Torres, que estava de férias nos Estados Unidos, foi demitido do cargo de secretário de Segurança Pública do DF ainda no domingo, o que não foi suficiente para evitar o afastamento de Rocha por Moraes.
Em razão da invasão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou intervenção federal na Segurança Pública do DF até 31 de janeiro.
Empresários criticaram o afastamento de Ibaneis, e juristas consideram que a medida não tem fundamento legal.
Com informações da revista Oeste